Agro brasileiro exporta US$ 15 bilhões em abril, com crescimento de produtos menos tradicionais
Números mostram avanço de produtos como óleo de milho, madeira compensada e sebo bovino, resultado da estratégia de diversificação do governo brasileiro. Nos quatro primeiros meses de 2025, exportações do agronegócio alcançaram recorde de US$ 52,7 bi.
As exportações do agronegócio brasileiro somaram US$ 15,03 bilhões em abril de 2025, registrando crescimento de 0,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior (US$ 14,96 bilhões). O bom desempenho foi impulsionado, sobretudo, pela elevação dos preços internacionais e leve retração no volume embarcado.
Com esse desempenho, as exportações do agronegócio alcançaram a marca recorde de US$ 52,7 bilhões entre janeiro e abril de 2025: um aumento de 1,4% em comparação com o mesmo período de 2024. O setor foi responsável por 49,2% de todas as vendas externas brasileiras no primeiro quadrimestre do ano.
DESTAQUES — A soja em grãos manteve a liderança entre os produtos do agronegócio, respondendo por cerca de 40% das exportações do setor em abril, com 15,27 milhões de toneladas embarcadas — o segundo maior volume da série histórica. No entanto, ainda sentiu a pressão dos preços internacionais em queda. A receita ficou em US$ 5,9 bilhões, influenciada pela queda de 9,7% no preço médio da tonelada.
O café verde também teve um mês histórico: as exportações atingiram US$ 1,25 bilhão, crescimento de 36,3%, maior valor já registrado para meses de abril. A carne bovina in natura seguiu a mesma trajetória, com aumento de 29,1% no valor exportado (US$ 1,22 bilhão) e de 16,3% no volume, batendo recordes tanto em valor quanto em quantidade.
DESTINOS — A China permaneceu como principal destino do agro brasileiro, com US$ 5,5 bilhões em compras em abril. A soja representou 75,9% desse valor, seguida por carne bovina, celulose e cana de açúcar. A União Europeia foi o segundo maior parceiro comercial, com US$ 2,2 bilhões, mantendo crescimento estável e ampliando as compras de itens com maior valor agregado, como café solúvel, óleo essencial de laranja e carne de frango.
MAIS ESPAÇO — Além dos produtos tradicionais, abril trouxe recordes históricos para itens que ganham espaço com a estratégia de diversificação de mercados adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O óleo de milho alcançou US$ 55,3 milhões em exportações — o maior valor já registrado.
A madeira compensada (ou contraplacada) teve embarque recorde de 145,5 mil toneladas. As miudezas de carne bovina somaram 21,3 mil toneladas, com destaque para para mercados na Ásia e recentemente habilitada para o Marrocos. Outro produtor que se destacou foi o sebo bovino, com 35,6 mil toneladas exportadas. Os bovinos vivos, destinados principalmente à reprodução, registraram valor recorde de US$ 61,8 milhões. O principal destino foi a Turquia, o que evidencia o alto valor genético do gado brasileiro.
PRESENÇA INTERNACIONAL — De acordo com o Mapa, os dados mostram que o Brasil vem ganhando espaço não apenas em volume, mas em produtos com maior valor agregado e potencial de diferenciação nos mercados internacionais. Por meio da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, o ministério tem atuado para fortalecer a presença internacional do agro brasileiro com foco em três frentes: ampliação de mercados, diversificação de produtos e promoção comercial.
O resultado é fruto dos esforços conjuntos entre Mapa, Ministério das Relações Exteriores (MRE) e setor produtivo para consolidar o Brasil como fornecedor confiável de alimentos para o mundo.
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