Corumbá, Segunda, 30 de Junho de 2025
Ahmad Schabib Hany

A HUMANIDADE NAS MÃOS DE DOIS TERRORISTAS

|
Ahmad Schabib Hany
Trump e Netanyahu são dois terroristas que tomaram de assalto o destino da humanidade: de posse de armas nucleares, dois criminosos que deveriam estar na cadeia ou em algum presídio psiquiátrico cometem flagrantes crimes contra a humanidade sem sofrer qualquer censura das "potências civilizadas e democráticas", ávidas das riquezas da Terra na fase decadente do capitalismo.
Não são loucos, como Adolf Hitler e Benito Mussolini não o eram. Donald Trump e Benjamin Netanyahu são, sim, fanáticos e narcisistas. Mas isso não significa absolutamente nada em tempos sombrios. Aliás, muito bem arranjados por seus competentes ideólogos e planejadores estrategistas em fins dos anos 1990. Em recente entrevista para o Jornalista Leonardo Attuch, do Brasil 247, o analista internacional e Jornalista Pepe Escobar, do Russian Today [um brasileiro digno de um prêmio de nossa combativa Fenaj, do Instituto Vladimir Herzog ou da Fundação Pulitzer (cuja outorga é gerida pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos), tamanha sua contribuição para o Jornalismo Investigativo], fez importante reconstituição histórica dessa estratégia, anterior à falácia do autoatentado das Torres Gêmeas até a atualidade.
O fato é que temos, para desgraça da humanidade, um conjunto de fatores que contribuem para os adeptos da guerra, do quanto pior melhor. Incluam-se nisso aí (que não dá para chamar de segmento ou setor ideológico, mas terroristas) magnatas trilionários (que não chegam a 0,001 dos habitantes do Planeta), fanáticos religiosos transplantados para a política fascista nestes trinta anos, criminosos de todos os naipes (traficantes, contrabandistas, estelionatários, sonegadores, madeireiros, garimpeiros, grileiros, jagunços, leões de chácara, alcoviteiros e laranjas) e, como não poderiam faltar, recalcados de toda estirpe e gênero.
"NADA PESSOAL"
Feito ator canastrão, Trump, preocupado com uma plateia imaginária, depois de, mais uma vez, causar a morte de inocentes em sua "espetacular" [palavras do próprio otário-narcisista] operação milionária em que foram envolvidas mais de duas dezenas de aviões de ponta -- entre caças, de transporte pesado e de reabastecimento no ar -- e, pelo menos, seis unidades da ultracaríssima bomba do tipo MOAB (que, segundo a propaganda ocidental, é capaz de atravessar uma centena de metros embaixo da terra antes de detona sua ogiva de quinhentos quilos), dirige-se ao Irã para dizer que não é contra o país, mas para impedir o desenvolvimento de seu programa nuclear para fins pacíficos, como a Agência Internacional de Energia Nuclear já constatara.
Ele usa o mesmo script de seu siamês Netanyahu quando disse que o objetivo da "guerra" não era contra Gaza, mas "contra o terrorismo do Hamas". O tempo mostrou quais eram os reais propósitos genocidas e de limpeza étnica nazista de seu governo ultraconservador. Não se trata de dois personagens diferentes: são dois lados da mesma moeda, construída minuciosamente ao longo dos anos posteriores ao fim da União Soviética. A diferença entre Joe Biden e Trump não é substancial, é meramente cosmética: o antecessor do palhaço de hoje é que o "vovozinho", como democrata, não precisava ficar declarando fidelidade aos sionistas, pois esse projeto foi gestado nas administrações dos presidentes que se autodenominam "democratas", mas que para o Sul Global não passam de vis colonizadores pós-1945.
QUAL HUMANIDADE?
Sinto muito pelos inocentes, mas a humanidade foi, é e será mais uma vez alvo da ganância, da cobiça e da avidez dos que se pretendem donos do mundo. Mas gostaria de saber quem lhes outorgou tal poder?
O fato é que Trump e Netanyahu, dois criminosos que em qualquer outro país estariam atrás das grades pelo cometido antes de retornar ao governo (porém, pelo tortuoso rito da Justiça de seus respectivos países, por serem da casta dos endinheirados, podem tudo, inclusive massacrar e saquear os chamados de "sub-humanos"), conspiram impunemente contra a humanidade, todos os seres vivos e, sobretudo, a Terra, tanto que sem qualquer censura ou advertência da ONU invadiram, assassinaram e destruíram tudo o que lhes ocorreu: cientistas, crianças, mulheres e idosos sem quaisquer antecedentes criminais e centros de pesquisas nucleares, alguns em parceria com a Rússia e China.
Essa arrogância, iniciada poucos anos depois da dissolução da União Soviética (URSS), ardilosamente feita por um nefasto líder "comunista" chamado Mikhail Gorbatchov, fez escola. Primeiro, Ronald Reagan, o canastrão de Hollywood que virou presidente dos EUA, fez Saddam Hussein ter caído na sua cantilena e invadido o Kuwait para estadunidenses e OTAN empreenderem a "Tempestade no Deserto" contra o Iraque -- não esqueçamos de que Saddam foi o responsável pela eclosão da guerra fratricida decenal entre o Iraque e o Irã, de cujos fundos bloqueados nas instituições financeiras desde os tempos do Xá Mohamed Reza Pahlevi saía o pagamento bilionário de armas e munições já caducas para o Iraque e com o desvio do dinheiro superfaturado o financiamento dos contras da Nicarágua, para derrubar o governo da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) --, o que debilitou muito a URSS, que já estava para se exaurir por conta do desgaste da invasão do Afeganistão pelo Exército Vermelho.
Depois da primeira "Tempestade no Deserto", no início da década de 1990, veio a segunda "Tempestade no Deserto", nos anos 2000, já sob a batuta de George W. Bush -- filho, não da outra, mas do George Bush, que só teve um mandato, pois sua reeleição foi barrada por Bill Clinton, que entrou para a História por assediar estagiárias da Casa Branca, vide "caso Monica Lewinsky" --, quando os Estados Unidos, em nome da guerra contra o terrorismo (por causa da implosão das Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001), invadem países e derrubam governos, passando por cima da Carta das Nações Unidas.
É o que ocorreu com o Iraque em 2003, com a Líbia em 2011, com a Síria entre 2011 e 2024 e agora com o Irã. Sem qualquer autorização prévia da ONU, afinal todos os países do concerto das nações são signatários da Carta da ONU, o que os obriga a aceitarem suas resoluções como instituição multilateral. Mas os EUA e Israel -- logo Israel, criada pela mesma ONU sem ter sido ouvida a população da Palestina! -- se recusam a aceitar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, observando que, como potência vencedora dos países do Eixo em 1939/1945, detém poder de veto nessa instância deliberativa da ONU.
Com que direito dois nefastos seres -- um nascido nos Estados Unidos e outro na Polônia -- podem se dar ao desplante de levar a humanidade à Terceira Guerra Mundial? Por que os Estados-membro da ONU não exercem seu papel e põem em vigor as inúmeras resoluções descrumpridas acintosamente pelo ente sionista e pela sua protetora estadunidense?
Não surpreende a participação da União Europeia (UE), Grã-Bretanha [hoje Reino Unido e fora da UE] e OTAN em todas essas aventuras beligerantes. Assim como em 1947 conspiraram contra a integridade do território milenar da Palestina, então mandato colonial britânico (quando o chanceler brasileiro Oswaldo Aranha, como presidente da Assembleia-Geral da ONU, exerceu o voto de minerva e deu ganho à partilha da Palestina), endossaram a destruição do Iraque, da Líbia e da Síria, desde 2023 vêm fazendo vista grossa ao genocídio cometido por Israel e seus cúmplices.
MEMÓRIA DE INSETO
Como foi que a Europa saiu do obscurantismo medieval e se tornou "centro do mundo civilizado"? Não falemos do império romano, pois durante a Idade Média suas ruínas serviram de alicerce para o obscurantismo e a intolerância medieval (mais de um milênio de opressão e perseguição travestidas de Cruzadas e de Inquisição, de triste memória). Graças à generosidade árabe -- ou, se preferir, "mourisca" -- e persa -- nome histórico do atual Irã, rebatizado pelo império britânico --, o Renascimento ocidental e o acesso ao avanço técnico e da ciência até então propiciada à revelia da tirania totalitária europeia, em nome do antipaganismo ou contra-heresia, permitiu à burguesia e aos judeus, ex-aliados dos árabes na Península Ibérica [basta ver na história, o "povo eleito" sempre se valeu de poderosos de plantão para tirar proveito], sua emancipação lhe permitiu a gênese do capitalismo mediante a acumulação via mercantilismo e grandes navegações [isto é, por meio do saque, genocídio e opressão durante o funesto processo colonial]. Hoje, contudo, árabes e persas são "atrasados", de acordo com sua memória de "entomos", ou simplesmente insetos, e podem ser atirados ao mar, como os seus ancestrais piratas ou corsários faziam em sua nada lícita existência, sempre a serviço de alguma realeza. É o capitalismo selvagem de volta às suas origens, cínica e insolentemente.
Mas que fique o recadinho aos seus serviçais em todo o Planeta: fiquem com as barbas de molho, que enquanto houver um árabe e um corajoso socialista por este planeta desditado, esses canalhas não terão sossego -- ah, se terão! -- e, repito, jamais terão facilidades. Árabes e socialistas espalhados pelo mundo, como fênix, renascem das cinzas, pois são valorosos cidadãos que, mediante o conhecimento e a autonomia (ou, melhor, a busca da soberania), resistem a toda forma de opressão, leve o tempo que for, haja o tirano que houver.
Lembrem-se os palermas que batem continência à bandeira de Israel e fazem orações pela guerra, pela vitória de tiranos iguais a Tibério, Herodes II, Pilatos, Anás e Caifás, de nefasta memória: haveremos de derrotar todos os terroristas maquiados de bons moços, quando sabemos que são pilantras e se não fossem chefes de governo estariam atrás das grades pelos crimes comuns cometidos anteriormente. Ninguém, em sã consciência, lhes confiaria seus filhos, quanto mais o porvir da humanidade.
A paz mundial começa na Palestina. Gostem ou não os amos e senhores desses seres recalcados, ignorantes e antipatriotas. A história não é narrativa, mas um processo que não claudica ante a tirania e a opressão. É bom que não ousem comemorar: a única luta perdida é a não realizada, e a paciência histórica que guia o proceder transformador é a chave daqueles que conhecem o lado correto da trajetória da humanidade, cujo porvir não é concedido, mas conquistado, custe o que custar. Quem viver verá.

SIGA-NOS NO

Veja Também

PELA SAÚDE DO DOUTOR RONALDO COSTA

POR GAZA, PELA PALESTINA, PELA HUMANIDADE!

LUTAR EM VEZ DE COMEMORAR

A ARTE DA ESPERTEZA