“NENHUMA”
| Benedito C.G. Lima
Eu sem nenhuma vontade
E lembrei-me da escola,
E matei a saudade
E lembrei-me da escola,
Dos garotos briguentos
Das meninas sapecas
Das pandorgas aos ventos
Dos cafés nas canecas!
E eu sem nenhuma vontade, sem nenhuma tristeza
Comecei a chorar
Me lembrei da beleza
Dos barquinhos no mar
Dos sorvetes de outrora
Dos carrinhos de mão
E dos doces d’Aurora!
E assim, sem nenhuma vontade
Foi nascendo a canção,
Que se perdeu na cidade,
Andando em contramão
Canção que era em suma,
Que o meu verso resuma:
Um pouco de mim!