Corumbá, Domingo, 29 de Junho de 2025
Gregório José

AGILIDADE E MENOS BUROCRACIA NAS AUTORIZAÇÕES PARA MENORES VIAJAREM

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Gregório José

Em tempos em que a confiança pública nos serviços — e, por extensão, no próprio Estado — parece cada vez mais tênue, uma inovação discreta, mas robusta, começa a se consolidar como símbolo de eficiência e modernidade institucional: a Autorização Eletrônica de Viagem (AEV) para crianças e adolescentes.

Não é uma revolução tecnológica de impacto hollywoodiano. Tampouco virou manchete de destaque nos grandes jornais. Mas deveria. Trata-se de um exemplo clássico de como o uso inteligente da tecnologia, aliado a uma estrutura jurídica confiável — neste caso, o sistema notarial brasileiro — pode devolver ao cidadão algo que parece escasso no Brasil: agilidade com segurança.

Durante décadas, pais que precisavam autorizar viagens de seus filhos menores enfrentavam filas em cartórios, reconhecimentos de firma, papeladas físicas e prazos pouco amigáveis. Em pleno século XXI, com celulares que desbloqueiam por reconhecimento facial e transações bancárias feitas com um toque, a burocracia da autorização física era um anacronismo. A AEV digital rompe com esse atraso.

Agora, com poucos cliques e uma videoconferência com o tabelião, o documento chega ao celular — com validade jurídica plena — em minutos. Não há perda de segurança: há ganho de rastreabilidade, controle e conformidade com normas nacionais e internacionais. É um salto qualitativo que coloca o cidadão no centro do processo, não como suplicante, mas como usuário de um serviço moderno.

Este avanço, que já mostra crescimento expressivo em Minas Gerais e tende a se expandir para todo o país, é mais do que uma conveniência. É um reflexo de maturidade institucional. A digitalização dos serviços notariais mostra que, sim, o Brasil é capaz de modernizar-se com responsabilidade, respeitando a legislação e protegendo os direitos dos menores — ao mesmo tempo em que respeita o tempo dos pais.

Com o recesso escolar de julho batendo à porta e milhares de famílias planejando viagens, a AEV eletrônica não é apenas bem-vinda — é necessária. Mostra que, quando há vontade política, técnica e institucional, é possível sair da retórica e entregar soluções reais.

Que este seja apenas um dos muitos exemplos de como o serviço público pode funcionar de forma eficiente e confiável, como deve ser em uma democracia madura.

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