América Latina e Caribe na rota da fome
Relatório da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) divulgado nesta terceira semana de janeiro sobre o nível de segurança alimentar no mundo faz aumentar os sinais de alerta para o risco desnutricional que ocorre em Países da América Latina e Caribe.
O documento aponta que a fome mundial aumentou em 2021, afetando 9,8% da população em nível global. Entre 2015 e 2021, a prevalência da fome aumentou mais na América Latina e no Caribe do que no resto do mundo.
Uma das preocupações neste documento entregue pela FAO é que a emaciação infantil pode se tornar uma condição com risco de vida causada pela ingestão insuficiente de energia e nutrientes, má absorção de energia e nutrientes e/ou doença frequente ou prolongada.
A emaciação é uma das formas mais críticas de desnutrição na primeira infância, pois está associada a um alto risco de mortalidade se os casos não forem identificados e tratados adequadamente em tempo hábil.
Outro fator que preocupa é que, nestas sub-regiões apontadas, a obesidade em maiores de 18 anos afeta afetou 24,2%, próximo aos 106 milhões de adultos. Bom lembrar que não é o Brasil, mas América Latina e caribe juntos.
Feito este recorte é bom entender que a porcentagem da população que não pode pagar por uma dieta saudável difere muito entre as sub-regiões, bem como entre os países avaliados. Grande maioria da população do Haiti (85,9 por cento) não pode pagar uma dieta saudável, e na Jamaica mais de dois terços da população (66,2 por cento) não podem pagar.
O problema é visível em Honduras onde 50% não conseguem pagar. Nicarágua (35,7%); Belize (36,4%). No México são 26,3%. Quase um quarto da população do Estado Plurinacional da Bolívia não pode pagar por uma alimentação saudável, enquanto no Brasil, Equador e Peru cerca de 20% da população não pode.
O custo de uma alimentação saudável por dia nesta avaliação é de U$ 3,89 nos países latinos e no Caribe, contra 3,54 nos países desenvolvidos. Parece pouco, mas se convertermos em ficará em R$ 20,30 contra R$ 18,47. Isso, por dia. Então é preciso rever políticas públicas alimentares o mais breve possível. Nossa gente tem fome e não é para amanhã, é para hoje!
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