BRASILEIROS ESTÃO TROCANDO ELETRÔNICOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO POR CARNE NA BLACK FRIDAY
E aí está, senhoras e senhores: a Black Friday de 2024 trouxe uma lista de desejos nada convencional. Se em anos anteriores o brasileiro abria o mês de novembro com eletrônicos de última geração na mira — aquela TV de 70 polegadas, o smartphone que fala mais idiomas do que você, as engenhocas que prometem transformar a cozinha num laboratório futurista —, desta vez o consumidor surpreendeu até o mais otimista dos comerciantes. O brasileiro trocou as telas e bugigangas por... carne! E que fique claro, não estamos a falar de cortes gourmet ou produtos requintados, mas sim de carne para o dia a dia. A Black Friday trouxe promoções em alimentos que antes eram luxos de churrasco e agora viraram batalhas de carrinho no supermercado.
Se há uma protagonista nesta "Black Friday Nutritiva", é a inflação, que não poupou o prato do brasileiro. No último ano, cortes nobres de carne subiram mais de 8,6%; o café, símbolo nacional e fiel companheiro matinal, já custa 28% mais caro; e até o azeite verdadeiro, aquele que até há pouco tempo era um capricho mediterrâneo, subiu 32%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Quem diria que a população um dia aguardaria filas digitais para adquirir “boas” promoções em produtos básicos, torcendo para encontrar “preços especiais” em alimentos no auge da Black Friday?
Imagine só a cena: consumidores com listas de Black Friday dignas de um mercado, procurando o “combo filé + azeite” com desconto, ou, para os mais abastados, o “pacotão picanha” com preço reduzido. As redes sociais não perdoaram: um jovem publicou, em tom de lamento, que neste ano trocou o desejo de um novo celular por cinco quilos de carne e um vidro de azeite, que será usado “em ocasiões especiais”.
Nunca foi tão claro que, para o consumidor brasileiro, a verdadeira Black Friday de 2024 não é sobre gadgets, mas sobre garfos — ou melhor, sobre o que vai ao garfo. O que nos resta é esperar que o próximo ano traga um “desconto” definitivo na inflação e que possamos voltar a escolher entre a TV nova e o bife sem que isso pareça uma decisão de vida ou morte.
Veja Também
Em 2024, Black Friday deve movimentar mais de R$ 400 milhões em Mato Grosso do Sul
BRASIL TEM 14 MILHÕES DE INFLUENCIADORES SEGUNDO PESQUISA