Corumbá, Domingo, 11 de Maio de 2025
Gregório José

CARROS USADOS SE TORNAM XODÓ DO BRASILEIRO

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Gregório José

Amigos, em tempos de gasolina a preço de perfume francês, seguro mais caro que cirurgia plástica e IPVA que parece aluguel, o brasileiro virou caçador de ouro sobre quatro rodas — mas ouro, nesse caso, é carro que não bebe, não quebra e ainda leva a sogra pro médico sem reclamar.

Consultando a santa trindade da sabedoria moderna — Google, OLX e Webmotors — o ranking dos carros usados mais procurados no Brasil hoje parece uma reunião dos ex de quem já teve um carro decente sem precisar vender um rim: Volkswagen Gol, Fiat Palio, Chevrolet Onix, Fiat Uno e Ford Ka. Sim, são os populares que não saem da cabeça nem do bolso do brasileiro.

O Gol, aposentado pela montadora mas eternizado nos mecânicos de bairro, continua firme na liderança. É o Fusca da geração que aprendeu a dirigir ouvindo funk e pagando gasolina em três vezes no cartão. Já o Uno, coitado, pode até parecer uma caixa de sapato com rodas, mas é a prova viva de que feiúra não impede ninguém de ser querido — ainda mais se faz 14 km/litro na cidade.

Em comum, todos têm manutenção barata, seguro aceitável e aquele cheirinho nostálgico de que um dia, sim, o Brasil teve carro acessível. Num país onde o preço de um carro novo pode passar dos R$ 100 mil mesmo sem ar-condicionado, o usado virou a última trincheira da mobilidade para quem não nasceu herdeiro.

Em comum, todos têm manutenção barata, seguro aceitável e aquele cheirinho nostálgico de que um dia, sim, o Brasil teve carro acessível. Num país onde o preço de um carro novo pode passar dos R$ 100 mil mesmo sem ar-condicionado, o usado virou a última trincheira da mobilidade para quem não nasceu herdeiro.

O brasileiro, como sempre, não desiste. Mas, na falta de políticas que garantam transporte decente, carro econômico virou sonho de consumo — e sobrevivência.

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