Corumbá, Domingo, 06 de Julho de 2025
Gregório José

GABINETE CARA DURA - DEPUTADOS E SENADORES VÃO A PORTUGAL E VOCÊ PAGA A CONTA

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Gregório José

Senhoras e senhores, preparem suas taças de vinho do Porto, porque a nova modalidade de turismo legislativo está no ar: é o EuroCâmara Tour – edição Lisboa, com passagens pagas, diárias gordas e, claro, palestras imperdíveis de brasileiros para… brasileiros. Sim, uma verdadeira exportação de palestrantes made in Brazil direto para a terrinha — com o gentil patrocínio do contribuinte.

Gilmar Mendes, o homem que nunca tira férias da Constituição (mas parece que tirou uma licença poética), agora é também empresário do saber. E para prestigiar seu novo empreendimento cultural em Portugal, dezenas de deputados e senadores — que mal aparecem no Congresso, mas amam um check-in internacional — atravessam o Atlântico. Não vão sozinhos, claro. Como bons patriarcas da mordomia, embarcam com esposas, filhos, cunhados, agregados e até o cachorro, se tiver passaporte europeu.

A palestra? Ora, bolas, é sobre Brasil. Sim, o Brasil! Aquele mesmo que eles evitam resolver aqui. Mas ouvir falar dele comendo pastel de Belém parece ser mais produtivo.

O bom disso é que, quem paga somos nós. Eu, você, o povo que não tem nem dinheiro pra ir até o centro da cidade, quanto mais pra Lisboa. Enquanto o salário mínimo é um exercício de mágica e o SUS uma trilha de obstáculos, nossos representantes fazem turismo institucional com dinheiro público — tudo pela educação, claro… a deles.

Disfarçar turismo de missão oficial virou arte. É como se a Câmara e o Senado tivessem virado uma agência de viagens com milhas ilimitadas. E quando a conta chega? Ah, essa vai direto pro nosso bolso. Afinal, o brasileiro é aquele ser mítico que trabalha, paga imposto e ainda banca o lazer legislativo no estrangeiro. Uma espécie de mecenas involuntário.

Stanislau Ponte Preta diria: “Está faltando um panetone nessa ceia fora de época.”
Ricardo Boechat gritaria no rádio: “Vergonhoso! Covarde! Uma palhaçada paga com o suor do povo!”

E Jô Soares, com um sorriso maroto, encerraria:

— Olha… se ao menos voltassem com ideias, mas voltam só com malas cheias de vinho, fotos com azulejos e cara de pau envelhecida em barris de carvalho português…

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