CANTINHO DO BETÃO: PARAÍSO
Ele bateu na porta da pequena fazenda pedindo pousada e a fazendeira Doralice, como não podia lhe pagar, ofereceu alguma refeição em troca de seus serviços. Não posso lhe oferecer um quarto decente, mas o porão está a sua disposição. Suba e pode ficar à vontade naquele monte de pelego, pois o Finado era afiado em tosquiar. André se acomodou o melhor que pode entre os pelegos e, mais tarde a fazendeira subiu para lhe trazer um pequeno lanche pois sabia que ninguém podia trabalhar sem comer nada e ficou admirada com a arrumação que André fizera nos pelegos. Doralice admirou-se com aquela arrumação e então perguntou-lhe de onde ele viera.
- De Itaqui, respondeu ele, já bem acomodado. - Um momento que já vou subir, é só o tempo de acomodar as crianças. – Tudo bem, pois estou muito cansado com a viagem.
Ela subiu e após sentir o ressonar da fêmea em seu estado de viúva e estava mesmo precisando de uma boa esfrega.
André respondeu de pronto ao chamado no dia seguinte e já foi direto capinar o mato que cobria a roça, enquanto ela preparava o café da manhã no fogão a lenha, André demonstrou ser bom roçador e logo colocou as crianças para pescar. A roça de mandioca logo ficou limpinha e as crianças fisgaram alguns peixes. Depois André partiu para o canavial.
Estava íntimo da família e das crianças empanando os peixes. Após o almoço partiu para a tosquia, se mostrando um ótimo tosquiador e ocupado em curtir a viúva.
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...Três cavaleiros atravessaram a estrada da fazenda e apearam de seus cavalos, entregando à viúva uma intimação de despejo em 24 horas, tirando todos os bens daquela fazenda que seria usada para criação de gado e o documento estava assinado por dois Juízes. Era uma dívida de IPTR e teria que ser cumprida dentro do prazo estipulado. O casal só teve tempo de arrumar a traia, tendo levado uma carroça puxada por um cavalo, onde, dentro estavam os pelegos e na carroceria do caminhão iam ele e a mulher na boleia e as crianças na carroceria, junto com duas ovelhinhas e, amarrados à carroça, as duas ovelhas maiores e assim que passaram pela estrada, o fazendeiro , que havia visto o que André fizera, logo lhe oferecera trabalho, uma boa empreitada na braquiara que havia sobrado e o corte e picada te todos os pés de cana, fazendo uma localidade para colocar a ração dos cavalos e do gado.
O fazendeiro dirigiu-se à Viúva: - quando chegarem em Itaqui, procurem o endereço desta escola e matricule seus filhos. É uma boa escola de educação integral e a Senhora terá tempo para arranjar outro emprego para aumentar a renda familiar.
Seguindo nesta estrada, você vai chegar a um riacho com frutas na região para se prepararem para o caminho até Itaqui.
. . . As meninas tomaram banho, pescaram, comeram frutas e a mãe lavou as roupas.
André tinha uma terrinha lá em Itaqui, que pertencia a sua irmã,e havia muita braquiara.
Dito e feito: a braquiara foi cortada e no dia seguinte poderia cortar a cana e receber seu dinheiro justo na empreitada, pois anos depois, as crianças na escola e André com novo trabalho, curtiam a vida familiar e acompanhavam a criação dos filhos. Os carneiros foram procriando.
PS: O filho já estava na faculdade de Veterinária e a Viúva sempre trabalhando.
Assim viveram por muito tempo uma boa vida de trabalho sem ficarem ricos.
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