CANTINHO DO BETÃO - POETAR
Poetar é buscar a calma da noite
Trazer de volta, o passado, ao presente
Relembrar a pessoa ausente
Usar a pena como açoite
No velho caderno rasurado de erros e rimas.
Poetar é catar as lembranças
Fazer no peito brotar a esperança com rimas pobres ou nobres
Em soneto ou trovas
Ou mesmo sem rimas, isso prova
O poder da inspiração
Que pode alegrar e tocar o coração
De alguém que se foi ou ficou
Naquele romance que pouco durou e nada mais restou.
Poetar é curtir a lua em casa,
Na praia ou na rua
Ouvindo os sons do silêncio
Os lamentos do vento
O pipilar dos grilos
O piado agourento de uma coruja
O cantar das cigarras na rua
O ladrar dos cães
Fazendo seresta pra lua que lá entre as nuvens, sumiu.
Poetar é se deixar levar pela imaginação
Voar incerto pelo mar ou pelo deserto
Sentindo o amor distante ou perto
Tal e qual um guarda-chuva aberto
Secando as lágrimas do sereno ameno
Da noite escura com o sumir da lua
Mas, assim, a vista continua
Lançar os poemas pobres, com os caminhos da vida.
Poetar é curtir a natureza
Em todo seu esplendor e beleza
É meter a cabeça no travesseiro
Esperando dormir, sonhar e acordar com tudo de bom que sonhou
E esperar o dia inteiro, o anoitecer
Para novamente sonhar e poetar.
Poetar é passar ao papel as coisas belas da natureza
Jogar ao léu a tristeza,
Sorrir
Cantar
Pedir pra ficar
Não deixar partir
Sonhar
E poucas vezes chorar.
Poetar é ver a natureza explodir em cores
O brotar das flores
O germinar da semente
Do seio da terra
Expressar o que se sente
O que o peito encerra.
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