UMA VISITA A OSNI BAMBUZEIRO
Eu já estava injuriado de ficar em casa e quando fico assim, gosto de visitar meus amigos personagens e, como era de praxe, Seo Nhonhô havia levado a carroça na lua de mel e, então, resolvi dar trabalho: - mulinha e uma sela que ficou aqui em casa e rumei para a caverna de Osni Bambuzeiro, já quase ao amanhecer, chegando na caverna, já quase ao amanhecer, chegando na caverna bem cedinho e o pessoal já estava no trampo.
Sassá, ao invés de estar coçando saco, já estava no trampo, desfiando fios de bananeira para a faina do dia. Osni já cortara uma porrada de bambus, pedaços bem pequenos, diferentes dos de antes, que seria uma nova criação sua: uma rede, coisa que nunca fizera antes e, que agora, precisava da ajuda de todos.
Respeitando a turma do trampo, fui dar um passeio pelos arredores acompanhado de Mandu e da Gambazinha. Era uma coisa muito linda conviver com a natureza muito bem protegida; o rio piscoso, de onde Osni tirava seu alimento, comerciando uma parte e consumindo o resto.
Como eu havia levado um pouco da pinga da roça, começamos a degustar enquanto Osni e o Indio faziam os trançados para os punhos das redes e Sassá pilotava uma pequena churrasqueira com postas de pacu. Mandu continuava, de avental, a varrer as folhas do terreiro. Era um dia de sexta-feira e eu queria presenciar a grande transformação do índio no Curupira. Como era boa aquela vida simples, em contato com a natureza, convivendo com a mata virgem, bem protegido dos aracnídeos peçonhentos, graças ao trabalho incansável da Gambá; que dava uma geral na caverna. Todos os animais livre das armas de fogo e dos anzóis de pescadores clandestinos, graças ao trabalho do Curupira e de Sassá, que lhes davam proteção permanente e de Gambazinho que catava frutas enquanto Osni fazia seus trabalhos e cuidavam da horta que haviam plantado.
A tarde já ia caindo e eu estava ansioso para ver a famosa transformação. Na caverna limpinha havia lugar para eu dormir graças à limpeza feita por Mandú e pela gambazinha, de modo que eu poderia dormir tranquilo, estreando uma das redes de bambu recém fabricadas por Osni. Já havia 10 redes prontas e, amanhã cedo, iríamos comerciá-las no bar de Gilson Cara de Bode, pois sempre havia algum bom comprador disposto a pagar um bom preço. Já havíamos degustado uns bons goles da boa e depenado um gostoso pacu assado, já era quase noite, quando o índio começou a criar pelos pelo corpo, virara os pés para trás enquanto a lua cheia presenciava tudo isso. O quebrar de mato anunciava a chegada do enorme cateto, onde o Curupira ia montar, empunhando sua lança de bambu e partir na braquiara, acompanhado por Sassá, com o intuito de defender aquela mata.
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