EU...UM CONTADOR DE HISTÓRIAS!

Semana passada – interpelaram-me. Olha tem uma história que tu não sabes. Que era sobre a fundação do Grupo Alec. E respondi, tanto sei que já está publicada em um capítulo das minhas participações neste 55 livros editados. Na frente do Prof Hélio de Lima, Ex-secretário de Educação do MS, quem me disse foi justamente o Ex- Presidente da Fundação Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico do Pantanal, filho de Luiz de Moraes Cambará, falecido aos 84 anos, deixando viúva, na ocasião, a benquista Sra. Thereza Anna do Nascimento Cambará. Lembro ainde de seus outros dois irmãos Miriam Tereza e Jeferson Cambará, O casal foi uma das peças fundamentais na afirmação das iniciativas artísticas e culturais de Corumbá, entre as quais o carnaval de rua. Era em sua casa que a família promovia saraus e reunia amigos para rodas de música, poesia e, é claro, a criação de entidades carnavalescas. A participação da família Cambará começa nos bailes nos clubes, com o " Bloco Amadoras da Folia", passando pela criação do Bloco Gente Boa Somos Nós e finalmente chegando ao surgimento da Escola de Samba- Imperatriz.
Luiz Mário Cambará, continua sendo um entusiasta da cultura e do sotaque da antiga Corumbá. Em uma conversa quando conhecemos Nelson Sargento (samba, agoniza mas não morre) contava sobre o famoso sotaque corumbaense: “Corumbá é um caso a parte, né?”, começa ele. “Do jeito de falar ao modo de viver, é diferente de toda região do estado, é uma cidade bem antiga, então a cultura, os costumes, são outros. Vejo como o berço da cultura sul-mato-grossense. O sotaque é muito carregado, carrega muito no "s". E tem umas coisas que é só lá. Que só o corumbaense entende. “Nós carregamos no esse, a maneira de falar cantado, vou na casa de fulano, de ciclano, e falamos assim: 'Vou lá ni Titia'. Fala cantado mesmo. Esse e outros assuntos deram enredo para o filme "O Samba da Cidade Branca", que revela a época de ouro do carnaval de Corumbá MS, que já foi considerado o 3º maior do Brasil. O documentário tem como personagem o compositor Luís Cambará, como já disse, falecido em outubro de 2013. Realizado pelo: Birô Brasileiro e Espaço Imaginário. Com a pesquisa: Mesttre Orlando. Producão: Vinil Morais. Direção: Alexandre Basso .
Em Corumbá Luiz Cambará trabalhou no Banco do Estado de Mato Grosso(BEMAT) e na Companhia Telefônica do Estado de Mato Grosso(TELEMAT), onde se aposentou. No setor de comunicação, se projetou como um dos renomados radialista e comentarista esportivo da Rádio Difusora Matogrossense (Corumbá), Rádio Clube de Corumbá e da TV Morena em Campo Grande. Atuou também na Fundação de Cultura na Capital. Luiz Cambará foi fundador da Escola de Samba A Imperatriz, junto com sua família, valendo lembrar o seu saudoso irmão Airton Cambará e a Nadir Cambará. e durante mais de 10 anos seguidos, foi a campeã do carnaval corumbaense. Tinha voz grave, assim como outros contemporâneos em âmbito local como Jota Aguilar, Barcellos de Jesus, Onofre Bueno da Silva, Walter Cárcano, e Acyl Barbosa . O que temos certeza que na Cidade Branca, as festividades fazem gerar empregos, voltam a aquecer a economia da cidade e fazem brotar a alegria.
*Articulista