Corumbá, Sábado, 21 de Junho de 2025
Rosildo Barcellos

O FREMIR EM OBLAÇÃO

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Rosildo Barcellos

“Corumbá nos diz sorrindo, abrindo a porta da rua, meu filho ‘seja benvindo, pode entrar...a casa é sua”   Assim a poesia dá boas vindas para quem chega a Corumbá pela ferrovia. Abençoadas reticências da vida que me fizeram deixar espaços para poder aqui no “Correio de Corumbá” (trazido por Farid Yunes Solominy- In memorian) contar resumidamente vida e obra de 521 personalidades que deixaram seu suor na amorosa e solidária terra sul-matogrossense, onde reside peremptóriamente meu coração. E hoje é a vez de RUBENS Mendes DE CASTRO, homem que nasceu em Lençóis/BA em 07 de julho de 1915. Filho de Faustino Gomes de Castro e Guiomar Mendes de Castro. Morou no Rio de Janeiro e em Cuiabá, antes de fixar domicílio em Corumbá/MT, teve brilhantes passagens no cenário trovístico brasileiro, inclusive um 1º lugar em Nova Friburgo no ano de 1969. Rubens de Castro ocupou a cadeira nº 28 da Academia Corumbaense de Letras e pertencia também à Academia Sul-Matogrossense de Letras. Seus dois primeiros livros foram Alma Cigana-1984 e Flor dos Aguaçais-1986. Faleceu em Cuiabá no dia 04 de julho de 1999, três dias antes de completar 84 anos.


Particularmente eu aprecio “ Flor dos Aguaçais,”  pela  criatividade divina, que evoca corações ao vento e se recolhe nos mistérios do amor. Esse livro foi prefaciado pelo poeta ladarense João Lisboa de Macêdo, que eu tive a oportunidade magistral de conhecer. De Castro, foi membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras cuja posse se deu em 16 de dezembro de 1988 ocupando a cadeira de número “quatro’, cujo patrono é  Joaquim  Murtinho, atualmente ocupada pelo poeta escritor Guimarães Rocha, que também tive a honrada condição de conhecer, ouvindo as melodias  do cantor Vinícius da Bahia.
Em seu discurso de posse Rubens de Castro, asseverava: -”Os costumes se aviltam, a moral se corrompe, a sociedade se desintegra e as consciências se toldam, enquanto o vício, estendendo os seus tentáculos de perdição, prossegue na sua tarefa demolidora, procurando envolver a tudo e a todos”. Consola-se com a poesia, “Esta constante festa em que a natureza se agita em bênçãos de luz e sombra, de flores e frutos, de frio e calor, de bonança e de tormenta! É - a poesia - o aconchego de penas, é paz e amor dentro da maciez de um ninho!..”

Por derradeiro vislumbro que cada objeto tem sua utilidade e seu valor, além de ser fundamental para a vida humana. Esta deve ser preservada, assim como preservada deve ser os escritos de gente fabulosa como Rubens de  Castro, que fez da arte poética, luz que caminha na essência deste hebdomadário, que representa a resiliência da eficaz e segura informação, na forma impressa. Afinal a literatura é a arte guardiã da história, memória, cultura e raízes de um povo. O escritor representa a única profissão que tenta nos fazer entender  a imensidão existente na palavra TEMPO. Assim aprendemos a enxergar a vida com todas as suas curvas, campos frescos e caminhos pedregosos. Desta forma aprendemos a valorizar as miudezas e, finalmente, se debruçar sobre a janela dos dias com paz no coração e olhar de esperança. Descobrir, enfim, que espalhar amor, boas palavras e poesias é  simplesmente alargar os horizontes da alma. O poeta é o ser humano que entende que enquanto o fervor inferior reclama e busca culpados, outra voz o encoraja a celebrar as circunstâncias desafiadoras que fortalecem e flexibilizam os passos. Escreve suavizando os males e dedicando sementes de amor, perdão e fraternidade, as infinitas manifestações desta vida que nos abriga e  não se entrega ao desencanto. Salve 25 de julho “ Dia do Escritor!” 

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