O OBNUBILANTISMO DA COR!
Não há dúvida de que a criação desta data foi muito importante, pois, além de servir como um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional serve para a reflexão sobre a colaboração dos africanos, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É certo que o grande debate atual é sobre as alternativas de um desenvolvimento sustentável e a superação dos conflitos étnicos e as desigualdades alinhavadas pela resistência de valores dos povos e fundamentadas no clamor pela equidade.
Justifica-se ser um momento perfeito de buscar a pauta pela discussão de políticas educacionais voltadas à qualificação e preparação dos indivíduos para a vida em sociedade, não somente de indígenas, caboclos, pardos, negros, mulatos, mamelucos e cafuzos, mas discutir o papel da sociedade perante a formação dos adolescentes, neste ambiente, com vistas ao nosso próprio futuro. Estigmatizados descobrem nas drogas e, posteriormente, na violência uma suposta solução para seus conflitos, rancores e penares, multiplicando os seus ais. E as mulheres com sua dupla jornada, nesse pós-pandemia não consegue a devida realocação no mercado de trabalho.
José do Patrocínio, Machado de Assis, João Cândido, Zumbi, Eva Maria de Jesus (Tia Eva); mostraram que, a cor não é fator obnubilador para a convivência igualitária entre os homens. No Mato Grosso do Sul também grandes nomes como Oriovaldo Soares, que junto com “Batente” são pioneiros do Cordão Cravo Vermelho; no mesmo diapasão; Joaquim André Soares Filho, grande incentivados do futebol de várzea; Cristina Souza Ramos na área da oncologia, outrossim, o trovador e ativista cultural, orientador mor do “Passa na praça que a arte te abraça”, Benedito C. G. Lima. Da mesma forma, Ademar Vieira Junior que toca o projeto Alecrim, e João Francisco dos Santos Neto, ex vice–prefeito de Nioaque e mestre da cultura musical no viés sertanejo raiz; e Rosely Aparecida que atua na área educacional em assentamentos da zona rural; apenas para citar alguns dos exemplos de “não” esmorecimento, Indubitavelmente, a união, a paz e respeito mútuo são o que devem prevalecer, Independente da classe social e da origem racial, ainda mais no nosso país, onde a miscigenação é a marca do nosso povo. No Brasil o preconceito racial também aponta para o preconceito de classes, por isto não podemos deixar este dia se tornar agenda de eventos; e sim, mais um dia de reflexão, pois a democracia e a paz social, também dependem de um entendimento maior da forma que vivemos as nossas relações de “amor” e “ ódio”. *Articulista