Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Rosildo Barcellos

O OBNUBILANTISMO DA COR!

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Rosildo Barcellos

Nos ditames da conquista de espaço laborativo, inclusive no se fazer a integração e a inclusão;  a violência se opõe à diplomacia e com isso, o indivíduo que consegue controlar seus impulsos são cidadãos denominados pacificadores. Entretanto para se chegar a comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, houve muita luta. Aliás para se chegar a lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabeleceu que, a partir daquele ano, o dia 20 de novembro, passasse a ser uma data para celebrar o sobredito dia; foi uma luta para se lembrar da luta. Uma vez que foi (considerado) neste dia, no ano de 1695, que Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, depois de buscar a defesa da cultura e da liberdade, morreu em combate, liderando seu povo e sua comunidade. Ressalto que será feriado nacional pela primeira vez devido a lei 14759/2023.

Não há dúvida de que a criação desta data foi muito importante, pois, além de servir como um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional serve para a reflexão sobre a colaboração dos africanos, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É certo que o grande debate atual é sobre as alternativas de um desenvolvimento sustentável e a superação dos conflitos étnicos e as desigualdades alinhavadas pela resistência de valores dos povos e fundamentadas no clamor pela equidade.

Justifica-se ser um momento perfeito de buscar a pauta pela discussão de políticas educacionais voltadas à qualificação e preparação dos indivíduos para a vida em sociedade, não somente de indígenas, caboclos, pardos, negros, mulatos, mamelucos e cafuzos, mas  discutir o papel da sociedade perante a formação dos adolescentes, neste ambiente, com vistas ao nosso próprio futuro. Estigmatizados descobrem nas drogas e, posteriormente, na violência uma suposta solução para seus conflitos, rancores e penares, multiplicando os seus ais. E as mulheres com sua dupla jornada, nesse pós-pandemia não consegue a devida realocação no mercado de trabalho.

José do Patrocínio, Machado de Assis, João Cândido, Zumbi, Eva Maria de Jesus (Tia Eva); mostraram  que, a cor não é fator obnubilador para a convivência igualitária entre os homens. No Mato Grosso do Sul também grandes nomes como Oriovaldo Soares, que junto com “Batente” são pioneiros do Cordão Cravo Vermelho;  no mesmo diapasão; Joaquim André Soares Filho, grande incentivados do futebol de várzea;  Cristina Souza Ramos na área da oncologia, outrossim,  o trovador e ativista cultural, orientador  mor do “Passa na praça que a arte te abraça”, Benedito C. G. Lima. Da mesma forma, Ademar Vieira Junior que toca o projeto Alecrim, e João Francisco dos Santos Neto, ex vice–prefeito de Nioaque e mestre da cultura musical no viés sertanejo raiz; e Rosely Aparecida que atua na área educacional em assentamentos da zona rural; apenas para citar alguns dos exemplos de “não” esmorecimento, Indubitavelmente, a união, a paz e respeito mútuo são o que devem prevalecer, Independente da classe social e da origem racial, ainda mais no nosso país, onde a miscigenação é a marca do nosso povo. No Brasil o preconceito racial também aponta para o preconceito de classes, por isto não podemos deixar este dia se tornar agenda de eventos; e sim, mais um dia de reflexão, pois a democracia e a paz social, também dependem de um entendimento maior da forma que vivemos as nossas relações de “amor” e “ ódio”.                            *Articulista

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