Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Rosildo Barcellos

TOMBADOS MAS NÃO CAÍDOS, MUITO MENOS ESQUECIDOS!

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Rosildo Barcellos

É impressionante como alguns temas históricos são tão pouco trabalhados, conversados ou lembrados. É visível a falta de informação com credibilidade e  qualidade,  mesmo com tantos recursos tecnológicos, e isso ainda fica mais evidente quando o objeto de estudo é justamente a História do Brasil. Tenho tido através dos anos um imenso mas reconfortante trabalho de realizar pesquisas e reunir informações e como resultado além da minha própria evolução cultural, tenho obtido um satisfatório reconhecimento do público leitor.

Um destes assuntos é a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial que por si só é um tema interessante em diversos aspectos. O país comandado por Getúlio Vargas soube aproveitar ao máximo a sua inicial condição de neutralidade. Assim  a Força Expedicionária Brasileira, com 25.334 homens, garantiu a participação brasileira ao lado dos Aliados na Campanha da Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Constituída principalmente por uma divisão de Infantaria, historicamente é considerada o conjunto de todas as forças militares brasileiras que participaram daquela campanha. Adotou como lema “A cobra está fumando”, em alusão ao que se dizia à época que seria “Mais fácil uma cobra fumar cachimbo do que o Brasil participar da guerra na Europa”.

Mas uma das partes mais marcantes foi  um registro no livro Senta Pua, que me impressionou pelo discernimento  e fortaleza de nossos comandantes.   Neste livro o autor relata que um general americano manda uma mensagem ao General brasileiro ( General Mascarenhas) para que recue as tropas brasileiras, pois estavam sob forte ataque dos alemães. Então o General americano recebe a seguinte resposta: Avise ao seu comandante que ele pode ir pra esquerda, pra direita ou recuar suas tropas que não será percebido, mas, eu não posso.  Depois de tudo isso foi outra guerra, a luta para que os pracinhas, terem os direitos reconhecidos. Mas, apesar de tudo, não deixa de ser uma das páginas mais lindas e dramáticas de nossa História. E até hoje, os brasileiros são venerados na Itália e chamados de libertadores, nas vilas e cidades do Vale do Rio Pó. Foi o caso de Sebastião Ribeiro, de Ponta Porã, do 6° Regimento de Infantaria de Caçapava/SP, que encontrou a morte em Molazzano em 31 de outubro de 1944, o primeiro sul-matogrossense morto pelos alemães. No mês de novembro daquele mesmo ano, morreram Alcebiades Bobadilha da Cunha, do 6º Regimento, natural de Porto Murtinho, morto por tropas alemãs no dia 07 na localidade de Marano;  Waldemar Marcelino dos Santos, do 9° Batalhão de Engenharia, natural de Corumbá, no dia 21 no Posto de Comando da FEB Porreta Terme.

E  em nome de Ananias Pereira Mendes, de Corumbá, relembro a memória de todos os outros heróis dessa época. Outrossim, e, nome dos intelectuais de Corumbá e Ladário, reitero o compromisso do Deputado Pedrossian Neto em manter as tradições e a cultura do nosso Estado em um patamar de destaque e relevância, em função da notícia de ser por ele, este mero escriba ser homenageado com a Medalha da Força Expedicionária Brasileira, no mês vindouro na capital. Destarte, lembrar  da essência de intrepidez e destemor, mais que tudo, é um  exemplo para o nosso cotidiano pois eles se arrojaram ao inverno que não estavam acostumados, (com jornais forrando os calçados); algo diferente do nosso clima, e além de sublimar toda a saudade. Mas a vontade  de ver e viver a liberdade era algo que estava e estão correndo, até hoje no sangue de cada um de nós.
*Articulista

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