Patrimônio 67: Crianças conhecem viola de cocho por meio de oficina de educação patrimonial
O mestre cururueiro Sr. Sebastião Brandão compartilhou seu conhecimento com os alunos da Escola Estadual Professora Thereza Noronha de Carvalho de Campo Grande.

Na manhã desta quinta-feira (26), foi realizada a primeira oficina do Programa Patrimônio 67, destinada a alunos do oitavo e nono ano da Escola Estadual Professora Thereza Noronha de Carvalho, de Campo Grande. A iniciativa, promovida pela Gerência de Patrimônio Histórico e Cultural da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), em parceria com a SED (Secretaria de Estado de Educação), visa à educação patrimonial dos estudantes do ensino fundamental e médio das escolas públicas estaduais de Mato Grosso do Sul.
Para 2024, a temática selecionada é a viola de cocho. O responsável pela oficina é o Sr. Sebastião Brandão, conhecido como mestre cururueiro, que veio de Corumbá para compartilhar seu conhecimento com os alunos.
Durante a oficina, os participantes assistiram a uma aula sobre o patrimônio e a importância de sua preservação. Em seguida, tiveram a oportunidade de manusear a Viola de Cocho e confeccionar um souvenir, que puderam levar para casa como lembrança.
A arte-educadora destacou ainda a importância de trazer a viola de cocho para a escola, pois se trata de um dos patrimônios imateriais que precisam ser conhecidos para serem preservados. “O lema do nosso programa de educação patrimonial é 'Conhecer para Preservar'. É fundamental discutir e mostrar aos alunos, à nova geração, o impacto disso na nossa identidade sul-mato-grossense, entender a importância da preservação e trazer significados para esse elemento, para que faça sentido para eles”.
Sebastião Brandão, que ministrou a parte prática da oficina, enfatizou a relevância de transmitir o conhecimento sobre a viola de cocho. “Essa cultura é nossa, é um bem tombado e registrado, tanto o modo de fazer quanto o instrumento pronto. Ele pertence ao nosso Estado e a Mato Grosso do Sul; apenas esses dois lugares têm a viola de cocho. Ver esses jovens aprendendo é gratificante. No começo, muitos acham até graça, mas depois percebem o significado da nossa cultura, que já existia quando nossa civilização chegou aqui. Para mim, é uma grande satisfação, estou com 81 anos, ensinando jovens e até professores”.
Miguel Ramos, de 15 anos, aluno do nono ano do ensino fundamental, nunca tinha ouvido falar sobre a viola de cocho, mas gostou da ideia de o projeto ser realizado em sua escola. “Achei muito legal, pois proporciona um momento descontraído e nós aprendemos mais. Quero aprender!”
Yuri Antonio Ifrano, de 14 anos, estudante do oitavo ano, já tinha ouvido falar sobre a viola de cocho. “Já escutei sobre a viola de cocho, é feita de madeira. É bom porque vamos aprendendo e evoluindo”.
João Gustavo de Souza, de 15 anos, também aluno do nono ano, já conhecia a viola de cocho, mas admitiu não saber muito sobre o instrumento. “Já vi na TV. Ele envolve muita cultura e diversidade. É interessante trazer essa atividade para nós, pois não é a mesma coisa de sempre”.
O Programa Patrimônio 67 continuará a ser realizado este ano nas escolas estaduais. Nesta quinta-feira (26) à tarde, será a vez do Centro Estadual de Educação Profissional Pe. João Greiner. Nesta sexta (27), o programa irá à Escola Estadual Maria Eliza Bocayuva Corrêa da Costa no período matutino e à Escola Estadual Maria de Lourdes Toledo Areias no período vespertino. No dia 25 de outubro, será a vez da Escola Estadual Profª. Neyder Suelly C. Vieira no período matutino e da Escola Estadual Lino Vilachá no vespertino.
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