Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Economia

Petrobras aumenta preço da gasolina e tenta culpar novo governo, diz FUP

Aumento de 7,4% vale a partir desta quarta (25). Indicado por Lula para presidir Petrobras, que ainda não assumiu, quer mudar PPI

Como ocorre desde 2016, aumento dos preços dos combustíveis atende aos interesses dos acionistas privados da Petrobras - Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

A Petrobras anunciou nesta terça-feira (24) um novo aumento de 7,4% no preço da gasolina. A partir de amanhã (25), o valor do combustível nas refinarias passa dos atuais R$ 3,08 reais para R$ 3,31 reais por litro. O preço do diesel não sofre alteração. O último aumento de preço da gasolina ocorreu em dezembro, de 6,1%.

O reajuste, no entanto, não tem relação com o governo Lula. A decisão partiu da atual direção da estatal, com o aval do presidente interino, João Henrique Rittershaussen. Ele assumiu o comando da Petrobras no início do mês, após renúncia do então presidente Caio Paes de Andrade.

No inicio do ano, o novo governo indicou o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para presidir a Petrobras. O Conselho de Administração da companhia deve se reunir na quinta-feira (26) para votar a indicação de Prates. Se aprovado, ele deve assumir nos próximos dias e nomear novos diretores. A partir daí serão esperadas mudanças na política de preços da estatal.

Nesse sentido, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), alerta que Prates “não teve qualquer participação” nesse reajuste. Em nota, os petroleiros dizem que, ao aumentar o preço da gasolina, a atual direção da Petrobras atende à pressão dos acionistas privados e tenta “colocar a culpa no novo governo”.

“O fato é que, assim como a gestão bolsonarista da empresa continua com as negociações para privatização de mais ativos da companhia, com a distribuição abusiva de mega dividendos para acionistas, também continua definindo os preços dos combustíveis no Brasil.”

PPI em xeque

Desde 2016, a Petrobras adota a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). Desse modo, a companhia repassa as variações do petróleo no mercado internacional – com cotação em dólar – diretamente ao consumidor brasileiro. Além disso, o PPI também considera custos de logística para importação que são inexistentes.

De acordo com a Petrobras, o novo aumento da gasolina “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.

Após sua indicação, Prates afirmou que não haverá intervenção nos preços dos combustíveis. E reforçou que “todo o preço estará vinculado internacionalmente de alguma forma”. No entanto, reafirmou a intenção do novo governo em acabar com o PPI. A intenção é manter os preços dos combustíveis atrelados ao mercado internacional, mas considerando os custos de produção em real.

Atualmente, além de adotar o preço do petróleo no mercado internacional como referência, a Petrobras calcula em dólar todos os custos de produção dos combustíveis. No entanto, apenas uma fração é dos combustíveis consumidos no Brasil é importada – cerca de 25% do diesel, e 20% da gasolina. Assim, além de garantir dividendos bilionários aos acionistas, o PPI também atende aos interesses das empresas importadoras de combustíveis, que passaram a atuar no país nos últimos anos.

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