Ensino técnico integrado do IFMS abre várias portas – às vezes ao mesmo tempo
Técnica formada pelo IFMS, Yasmin Arieza Costa concilia a graduação em Processos Metalúrgicos com a atuação profissional na área.

A promoção de uma educação profissional e tecnológica de qualidade é um dos principais objetivos do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).
Para isso, a oferta dos cursos técnicos integrados, onde o estudante tem acesso à formação profissional de maneira articulada ao ensino médio, tem como diferencial formar profissionais humanistas e inovadores, que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico local.
Ao terminar o ensino técnico integrado, a dúvida pode pairar sobre os formandos – uma vez que eles podem optar por iniciar a vida profissional na área escolhida ou ingressar na próxima etapa de ensino, o de nível superior.
Há aqueles que optam pelas duas possibilidades ao mesmo tempo.
É o caso de Yasmin Arieza Costa, 23. A trajetória da jovem começou no IFMS em 2016, no curso técnico integrado em Metalurgia, ofertado pelo Campus Corumbá. O município, localizado no Pantanal sul-mato-grossense, tem a mineração como uma de suas principais atividades econômicas.
Depois de concluir a formação técnica em 2019, Yasmin iniciou sua atuação profissional, e desde então trabalha em uma empresa local voltada à siderurgia, produção de carvão vegetal e ferro gusa.
No momento, Yasmin cursa dois cursos de graduação: tecnologia em Processos Metalúrgicos, iniciado no Instituto Federal em 2020, e Gestão Ambiental, em uma instituição de ensino privada.
A trajetória profissional, embora ainda esteja no início, orienta-se pela descoberta da área, o que teve no técnico integrado.
Formação Técnica – Depois de cursar o ensino fundamental na educação pública de Ladário, município vizinho à Corumbá, Yasmin fez a opção pelo IFMS e pelo curso integrado, mesmo sem muito conhecimento a respeito de ambos. O primeiro contato com a instituição foi na Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal em Corumbá (Fecipan), evento promovido anualmente pelo campus.
"As referências a respeito do Instituto Federal eram boas, mas eu não conhecia a instituição de maneira mais detalhada Também escolhi o curso sem ter muita noção do que se tratava”, relembra.
No curso de Metalurgia, o estudante conhece os processos de produção na área, desde a extração e o beneficiamento de minérios à transformação de metais. Em aulas teóricas e práticas, aprende a classificar matérias-primas, controlar a qualidade de processos metalúrgicos, operar equipamentos e prestar assistência técnica ao setor.
A passagem pelo IFMS rendeu a Yasmin uma profissão e uma série de novas experiências. Uma delas foi incentivar que outras estudantes, que não tinham conhecimento sobre a área, optassem pelo curso no Exame de Seleção, processo seletivo para ingresso nos cursos técnicos integrados da instituição.
Yasmin foi bolsista do projeto "Meninas Pantaneiras na Ciência e Tecnologia". Destinado a incentivar a inserção de meninas e mulheres nas áreas de Ciências Exatas, Computação e Engenharia, o projeto foi desenvolvido junto a alunas da rede pública do Corumbá, Ladário e do lado boliviano da Fronteira.
Contemplada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a proposta se baseou na oferta de cursos sobre soldagem, aplicação e operação em impressoras 3D, siderurgia, manutenção de computadores, análise de falhas, Roboeduc, energia renovável e astronomia.
A jovem estudante participou ministrando cursos voltados à Metalurgia. “Percebemos, desde o início, que era comum as meninas não escolherem a Metalurgia, principalmente porque não conheciam a área. Daí a oportunidade de mostrar do que se tratava e de que as Ciências Exatas não são um espaço restrito ao público masculino”, enfatiza.
Vida Profissional – O ingresso no mundo do trabalho aconteceu um pouco antes do início da graduação. Há quatro anos, Yasmin atua na mesma empresa, onde já desempenhou funções relacionadas à fabricação, manutenção, prevenção, acompanhamento de colaboradores e setor de qualidade, entre outras.
Atualmente, ela trabalha na implantação e gestão do setor de manutenção, por meio da transferência de dados e instalação de sensores nos equipamentos locais.
“Ter a experiência e a oportunidade de passar por setores diferentes dentro da empresa deu bons resultados. Por se tratar de processos interligados, isso facilita a compreensão e a resoluções de problemas, uma vez que você conhece os processo pelos quais passou e sabe como agir na maioria das vezes”, explica.
Escolher uma graduação na área, também no IFMS, deu a Yasmin a oportunidade de conciliar o conhecimento acadêmico com a rotina laboral.
“Quando estamos trabalhando e estudando de maneira simultânea, a compreensão dos conceitos fica mais clara, pois se trata de temas que estamos observando no cotidiano. Conforme as disciplinas avançam, a interação entre o mundo profissional e o acadêmico se amplia, trazendo melhorias dos dois lados”.
A previsão é que Yasmin conclua o curso de Processos Metalúrgicos no próximo ano.
Apesar de se identificar com a área e pretender seguir trabalhando nela, Yasmin destaca que os desafios persistem, principalmente para as mulheres.
“Ainda existe preconceito, precisamos trabalhar mais para sermos reconhecidas. Mesmo assim, é possível observar que as empresas têm contratado mais mulheres e que o interesse do público feminino na área também vem se ampliando”, finaliza.
Veja Também
IFMS abre 1.760 vagas em cursos técnicos integrados ao ensino médio gratuitos
IFMS abre inscrições para cursos técnicos integrados ao ensino médio
Introdução à ciência de dados é tema de novo curso livre do IFMS
IFMS publica 1ª chamada para ingresso em especializações
IFMS divulga tutorial para inscrições em seleção de cursos técnicos integrados
IFMS capta R$ 1 milhão para fortalecer ambientes de inovação
Conheça a história do técnico formado pelo IFMS que hoje trabalha nos EUA
Mato Grosso do Sul amplia valor da produção mineral que atinge R$ 11,8 bilhões em quatro anos