Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
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Aos 39 anos, MST renova forças contra a fome, o ódio e em defesa do meio ambiente

Rumo aos 40 anos, movimento vem reafirmar seu compromisso com a luta pela reforma agrária para produzir alimentos saudáveis para todos e enfrentar a insegurança alimentar, para combater a violência, as fake news, o fascismo e também proteger o clima e o planeta

O MST celebra o engajamento na eleição de Lula e na derrota de forças golpistas. Mas ainda há batalhas a vencer - Foto: Ricardo Stuckert

Rumo aos 40 anos, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) vem reafirmar seu compromisso com a luta para combater a fome, o ódio e defender o meio ambiente cada vez mais ameaçado. Neste domingo (22), foram comemorados os 39 anos da fundação do movimento. E nesta segunda (23), o aniversário de inauguração da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).

Nesse embalo festivo, o MST realizou ao longo desta semana a primeira reunião de sua coordenação nacional, em Luiziânia (GO). Participaram representações de 22 estados com presença do movimento. E também de seus brigadistas internacionalistas que atuam em diversos continentes pelo mundo, além de parlamentares e representantes de governos. Na pauta, debates sobre a atual conjuntura.

Nesta sexta-feira (27), último dia do encontro, foi lançada a Carta de Luziânia. Dirigida ao povo brasileiro, o MST celebra a conquista da eleição e posse de Lula, que contou com seu engajamento. Com a importante vitória nas urnas para o povo, foram derrotados os golpistas de 2016, o avanço da extrema direita, a tutela militar e o projeto fascista. Mas a luta continua.

“No Brasil, a crise se aprofundou nos últimos anos, assumindo um caráter ainda mais violento, de feição fascista e orientação econômica ultraliberal. As consequências são trágicas e impactam de forma decisiva no conjunto da sociedade, ampliando as desigualdades, a partir da retirada de direitos sociais e da destruição ambiental”, diz trecho da carta.

Confira a íntegra

Carta de Luziânia

Mensagem ao Povo Brasileiro

Arrancamos nas ruas e nas urnas uma importante vitória para o povo brasileiro ao elegermos Lula presidente. Derrotamos os golpistas de 2016, o avanço da extrema direita, a tutela militar e o projeto fascista, que hegemonizou o Estado brasileiro nos últimos anos. Vencemos uma importante batalha, mas sabemos que a luta continua.

Os desafios são grandes, pois vivemos uma grave crise do capitalismo, de dimensão econômica, política, social e ecológica, que coloca em risco toda a humanidade. Estamos diante de um cenário altamente destrutivo, derivado de um sistema de dominação e opressão múltipla: patriarcal, racista, capitalista e colonial, que concentra cada vez mais a riqueza e aprofunda a desigualdade social.

No Brasil, a crise se aprofundou nos últimos anos, assumindo um caráter ainda mais violento, de feição fascista e orientação econômica ultraliberal. As consequências são trágicas e impactam de forma decisiva no conjunto da sociedade, ampliando as desigualdades, a partir da retirada de direitos sociais e da destruição ambiental.

As forças populares, que deram a vitória a Lula – mulheres, negros, juventude, sujeitos LGBTI+, povos originários, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade – defendem um projeto popular de país, que enfrente a exploração, a opressão, a exclusão, a fome, a negação de direitos, a concentração de terra, a destruição ambiental e o envenenamento da natureza, dos alimentos, das águas e das pessoas.

Superar essas violências no conjunto da classe trabalhadora será o ponto de partida para construção de um Brasil do tamanho dos nossos sonhos, como afirmou o presidente Lula em seu discurso de posse. Precisamos derrotar as práticas do discurso de ódio, das fake news, o fundamentalismo, a intolerância religiosa e a manipulação das mentes.

Diante destes desafios, Coordenação Nacional do MST, reunida em Luziânia – GO, com seus mais de 450 delegados e delegadas, de todos os estados do Brasil, reafirma seus compromissos:

Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!

23 a 27 de janeiro de 2023


Redação: Cida de Oliveira

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