DNIT descarta pista adicional na BR-262, apesar de ‘caos’ no Posto Esdras
Departamento prevê apenas acostamento no trecho final da rodovia, na fronteira com Bolívia.

Extensas filas de carretas e caminhões, congestionamentos e muita espera. Cenas que se tornaram rotina no trecho final da BR-262, no Posto Esdras, onde funciona a fiscalização alfandegária da Receita Federal em Corumbá. Apesar do problema, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) descarta abrir novas pistas para desafogar o tráfego no local.
O departamento não deu prazo, mas indicou que prepara um projeto para implantação de acostamento no trecho. Por outro lado, o departamento afirmou que, “no momento, não há previsão para a implantação de pistas de trânsito adicionais” na altura do Posto Esdras.
A BR-262 é a principal porta de entrada rodoviária de produtos importados da Bolívia pelo Brasil, como a uréia, fertilizante usado na produção agrícola. A estrada é, também, a principal via de saída do que é exportado pelo país aos bolivianos.
A Receita Federal em Corumbá estima que 600 carretas e caminhões cruzam a fronteira Brasil-Bolívia diariamente. O número cresce quando as condições de navegabilidade no Rio Paraguai estão prejudicadas, o que empurra para a rodovia o que, normalmente, é escoado via hidrovia. Além dos veículos de carga, aproximadamente 3 mil carros e motocicletas passam pelo Posto Esdras todos os dias.
Em abril, a Alfândega da Receita Federal em Corumbá alterou os horários de saída e de entrada de veículos nos recintos e de passagem pelo posto de fronteira. O intervalo para veículos vazios foi dilatado em três horas. Conforme comunicado, a medida considerou “os congestionamentos ocorridos no trecho”, bem como “a média de liberações diárias de veículos carregados” e “a necessidade, pela característica de determinado veículo, de ser submetido a escaneamento”.
A mudança nos horários de passagem pelo Posto Esdras também limitou a quantidade de veículos liberados dos recintos a, no máximo, 25 por hora. O comunicado permite uma quantidade maior de liberação quando houver monitoramento e controle, “a fim de evitar congestionamento na linha de fronteira”.
Vereadores temem debandada de empresários
Apesar da medida, engarrafamentos e até infrações de trânsito são constantes no trecho. Diante das longas filas de carretas e caminhões e, consequentemente, da falta de espaço, parte dos motoristas opta por invadir a contramão na tentativa de atravessar o posto fiscal.
O tráfego complicado no Posto Esdras é assunto recorrente no plenário da Câmara de Vereadores de Corumbá. Parte dos parlamentares teme uma debandada de empresas que operam o comércio exterior para outras cidades, como Porto Murtinho.
Com a conclusão do anel viário, o trecho que vai até o Posto Esdras passou a ser considerado continuação da BR-262 e está federalizado desde 2013, sob a administração do DNIT. Antes, os recursos para manutenção da via vinham da prefeitura de Corumbá, que mantinha uma praça de pedágio no local.
Veja Também
Vereador pede intervenção de autoridades estaduais para construção de nova ponte na fronteira
Em Corumbá ou Ladário, novo porto seco deve dobrar movimento na fronteira
Em Campo Grande, vereadores tratam da construção de nova ponte na fronteira
Vereadores solicitam duplicação e iluminação a base de energia solar na Rodovia Ramon Gomes
Ônibus roubado em Goiás é interceptado em Ladário, antes de atravessar para a Bolívia