Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Geral

Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Estado da Palestina e impõem mais isolamento a Israel

Importante gesto dos países europeus em solidariedade ao povo palestino deve ser acompanhado, ainda, por Malta e Eslovênia.

Enquanto a prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, é solicitada em ação no Tribunal Penal Internacional (TPI), mais países se levantam contra o massacre que o governo sionista promove contra palestinos na Faixa de Gaza. Nesta quarta-feira (22), em um gesto conjunto e simbolicamente importante, os governos da Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram que vão reconhecer oficialmente o Estado da Palestina.

Malta e Eslovênia também devem anunciar, nos próximos dias, o reconhecimento do Estado palestino, intensificando o isolamento de Israel e Estados Unidos, que sistematicamente se recusam a reconhecer o país do Oriente Médio, vetando resoluções importantes em organismos internacionais que poderiam dar início a fim do massacre israelense que matou, desde 7 de outubro de 2023, quando o Hamas desferiu um ataque contra Israel, mais de 35 mil palestinos em Gaza.

O primeiro a anunciar nesta quarta-feira o reconhecimento da Palestina como Estado foi Jonas Gahr Store, primeiro-ministro da Noruega. Segundo o norueguês, o gesto visa chegar à paz no Oriente Médio e que o fim do conflito só será alcançado com a solução dos dois estados. A medida de reconhecimento oficial por parte da Noruega passa a valer em 28 de maio.

"O Governo norueguês decidiu que a Noruega reconhecerá a Palestina como um Estado. No meio de uma guerra, com dezenas de milhares de mortos e feridos, devemos manter viva a única alternativa que oferece uma solução política tanto para israelitas como para palestinianos: dois Estados, vivendo lado a lado, em paz e segurança", declarou Store.

"O reconhecimento da Palestina é um meio de apoiar as forças moderadas que têm perdido terreno neste conflito prolongado e brutal. Enviamos também uma mensagem forte a outros países para que sigam o exemplo da Noruega e de vários outros países europeus e reconheçam o Estado da Palestina. Isto poderia, em última análise, permitir a retomada do processo rumo a uma solução de dois Estados, dando um impulso renovado", prosseguiu.

O primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris, por sua vez, disse que convocou outros países a reconhecerem o Estado da Palestina em discurso durante uma conferência de imprensa.

“Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina. Antes do anúncio de hoje, falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas", pontuou.

Já Pedro Sánchez, presidente do governo da Espanha, falou ao parlamento de seu país e, além de anunciar o reconhecimento da Palestina, pediu um cessar-fogo na região e subiu o tom contra Benjamin Netanyahu.

"Pedimos um cessar-fogo. Mas não é suficiente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina. O que está claro é que Netanyahu não tem um projeto de paz. Lutar contra o Hamas é legítimo. Mas sua operação coloca a solução de dois estados em sério perigo. O que faz apenas amplia o ódio", sentenciou o espanhol.

Dos 193 países membros da ONU, 144 reconhecem oficialmente o Estado da Palestina, incluindo o Brasil, que vem reiteradamente pedindo por um cessar-fogo e conferências internacionais.

Israel reage 

Após o movimento dos países europeus em reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, Israel reagiu com virulência. O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, anunciou que vai convocar de volta ao seu país os embaixadores israelenses na Noruega e Irlanda.

"Estou enviando uma mensagem clara e inequívoca à Irlanda e à Noruega: Israel não permanecerá em silêncio face àqueles que minam a sua soberania e põem em perigo a sua segurança. A decisão de hoje envia uma mensagem aos palestinos e ao mundo: o terrorismo compensa. Depois de a organização terrorista Hamas ter levado a cabo o maior massacre de judeus desde o Holocausto, depois de cometer crimes sexuais hediondos testemunhados pelo mundo, estes países optaram por recompensar o Hamas e o Irã reconhecendo um Estado palestino", disparou o chanceler israelense.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Israel bloqueia ajuda humanitária brasileira que seria entregue a palestinos, confirma Planalto

Das 63 palestinas que Israel mata por dia em Gaza, 37 são mães, diz ONU

Depois de vetar três resoluções, EUA pedem na ONU trégua imediata dos ataques de Israel em Gaza

Na ONU, Brasil defende Palestina como Estado ‘soberano e independente’

Lula celebra reconhecimento da Palestina por países europeus e diz que decisão contribui para a "paz e estabilidade na região"

Netanyahu sobre ataque que matou 40 mulheres e crianças em Rafah: “acidente trágico”

Enquanto massacra os palestinos e bombardeia o Líbano, Netanyahu ameaça o Irã e é vaiado na ONU

Avião que vai repatriar brasileiros no Líbano segue para Beirute

Brasil condena ato de Israel que considerou Guterres persona non grata

Primeiro-ministro de Israel foi condenado a prisão no Tribunal Penal Internacional