Subcomitê articula integração de Corumbá e Ladário na Rota Bioceânica
Ideia é associar atalho rodoviário aos portos chilenos com ferrovia e hidrovia.

Um grupo formado por integrantes dos governos estadual e federal trabalha na integração da região de Corumbá e Ladário na Rota Bioceânica. As discussões tentam garantir a conexão do comércio exterior já estabelecido na região com a alternativa logística que vai consolidar um acesso rodoviário do Brasil, via Mato Grosso do Sul, até os portos do Chile.
A Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) está trabalhando junto com o Ministério do Planejamento e Orçamento - da ministra sul-mato-grossense Simone Tebet - em um Subcomitê de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano. De acordo com o assessor de Logística da Semadesc, Lúcio Lagemann, o grupo tem tratado a integração regional, via Corumbá e Ladário, com a Bolívia, chegando até os portos chilenos no Oceano Pacífico.
“Iremos reproduzir a nossa experiência já implementada na Rota Bioceânica com a criação de um comitê de governança para fazer articulação junto ao governo federal, fortalecendo a rota via Corumbá/Ladário. As rotas serão mais bem aproveitadas na medida em que funcionem associadas com ferrovias e hidrovias, e que se conectem com outras rotas latino-americanas”, detalhou Lagemann.
com o Comitê de Integração do Corredor Bioceânico - Foto: Maurício de Pádua/Divulgação
Ferrovia e hidrovia são os dois principais modais logísticos de movimentação da economia de Corumbá e Ladário, fincada na mineração. No caso da ferrovia, a Malha Oeste passa por um processo de relicitação que prevê a requalificação de todos os seus 1.973 quilômetros. O investimento pode chegar a R$ 18,9 bilhões. A expectativa é que o TCU (Tribunal de Contas da União) emita um parecer sobre a documentação da relicitação até dezembro. A programação ainda prevê que o leilão do projeto saia até junho do ano que vem.
Por outro lado, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá estima que 70% da produção de minério de ferro e manganês da região é escoada pelo Rio Paraguai. A solução hidroviária só é preterida quando as condições de navegabilidade do rio estão prejudicadas.
Em setembro, pelo menos 80 empreendedores se reuniram em Corumbá para um encontro de negócios. O evento, realizado no Centro de Convenções do Pantanal, no Porto Geral, mostrou as oportunidades que surgirão nas cidades bolivianas de Porto Quijaro e Porto Suarez com os investimentos que serão aportados na fronteira em função da Rota Bioceânica.
A consolidação da megaestrada se aproxima à medida em que a economia de Corumbá e Ladário dispara. Números da Semadesc indicam que Corumbá exportou 3,4 milhões de toneladas de produtos minerais só no primeiro semestre deste ano - 140% a mais que no mesmo período do ano passado. Com isso, cresceu também a geração de empregos na área. A extração de minério de ferro em Corumbá criou 416 novas vagas de trabalho de janeiro a junho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O número superou o total gerado por agropecuária, construção, comércio e serviços, juntos.
Ponte sobre Rio Paraguai deve ser concluída em 2024
A Rota Bioceânica vai conectar o Centro-Oeste brasileiro ao Oceano Pacífico. A megaestrada começa em Porto Murtinho e cruza Paraguai e Argentina até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique, no Chile, em um traçado rodoviário de 3,3 mil quilômetros.
A principal obra para concretização da Rota Bioceânica é a ponte ligando Porto Murtinho, no Brasil, com Carmelo Peralta, no Paraguai. A ponte de 1.294 metros de comprimento sobre o Rio Paraguai está sendo construída ao custo de US$ 85 milhões. O investimento é da Itaipu Binacional. A previsão é de que a obra termine já no ano que vem.
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