Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Ladário

Ex-prefeito, secretários e 7 vereadores de Ladário são condenados por associação criminosa e corrupção na Operação Terra Branca

O prefeito pagava cerca de R$ 3 mil para os 7 vereadores que loteavam a administração pública em troca de apoio e votação favorável na Câmara Municipal, segundo os autos.

Foto: Arquivo MP/MS

A 1ª Vara da Comarca de Corumbá julgou parcialmente procedente o pedido formulado pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul e condenou o ex-prefeito do município de Ladário Carlos Anibal Ruso Pedroso, a Secretária Municipal de Administração da época Andressa Moreira Anjos Paraquett, o então Secretário Municipal de Educação Helder Naulle Paes dos Santos e 7 vereadores: ex-vereadores Augusto de Campos “Gugu”, Lilia Maria de Moraes, Paulo Rogério Feliciano Barbosa, Osvalmir Nunes da Silva “Baguá”, André Franco Caffaro “Dedé”, Agnaldo dos Santos Silva Junior “Magrela” e Vagner Gonçalves, pelos crimes de crimes de associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva, decorrentes de esquema popularmente conhecido como “mensalinho”, dentro da “Operação Terra Branca”.

De acordo com os autos, o então Chefe do Executivo municipal pagava cerca de R$ 3 mil para os 7 vereadores, que tinham o direito de indicar pessoas para ocupar cargos na administração pública em troca de apoio e votação favorável na Câmara Municipal.

PENAS

Na sentença, o Juiz de Direito Idail De Toni Filho fixou uma pena de 9 (nove) anos e 10 (dez) meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, para o ex-prefeito Ruso, além do o pagamento de 273 dias-multa. Os ex-secretários: Andressa Parraquett e Helder Botelho deverão cumprir 11 (onze) anos e 6 (seis) meses de regime fechado e pagamento de multa de 312 dias-multa.

Lilia Maria, Paulo Rogério e “Magrela”  receberam a maior pena, 7 (sete) anos e 6 (seis) meses de reclusão em regime semiaberto e o pagamento de 226 dias-multa. “Baguá” foi condenado a 6 (seis) anos e 6 (seis) meses de reclusão no semiaberto, com pagamento de 226 dias-multa. “Dedé”, “Gugu” e Vagner Gonçalves cumprirão pena em regime fechado de 8 (oito) anos e 6 (seis) meses de reclusão, com pagamento de 247 dias-multa.

As penas somadas ultrapassam os 60 anos de reclusão. O valor da multa é relativo a 1/30 do salário mínimo na época dos crimes praticados. A Justiça ainda determinou a perda dos cargos públicos e mandatos eletivos exercidos pelos réus.

RELEMBRE O CASO

Em 2018, por determinação do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado – GAECO/MPMS cumpriu mandados de prisão preventiva em desfavor do Prefeito Municipal à época, do Secretário Municipal e dos 7 vereadores, em Ladário.  Já em 2019, O GAECO, em conjunto com a Promotoria de Justiça do Patrimônio Público de Corumbá, deflagrou a OPERAÇÃO TERRA BRANCA II, com o fim de dar cumprimento a 4 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão da organização criminosa que atuou na Secretaria de Assistência Social do Município de Ladário, no período de janeiro de 2017 a outubro de 2018.

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