Brasil enfrenta seca grave, com mínimas históricas em rios da região amazônica e no Pantanal
Monitoramento do Serviço Geológico do Brasil indica que foram registrados recordes nos rios Acre, Solimões, Paraguai, Araguaia, Madeira e Tapajós.
A seca que assola o país já é uma das mais graves da história, com registros de mínimas recordes em rios da região amazônica e do Pantanal. Nos rios Acre, Solimões, Paraguai, Araguaia, Madeira e Tapajós, já foram registradas as cotas mais baixas da história, conforme dados do monitoramento realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Sem previsões de chuvas significativas, a tendência é que a estiagem se agrave ainda mais, alerta o pesquisador em geociências Artur Matos, coordenador nacional do Sistema de Alerta Hidrológico: “A seca no braço direito do Rio Amazonas e no Pantanal está fazendo com que os níveis dos rios atinjam marcas históricas. A tendência é que essa redução continue nas próximas semanas, em várias regiões”.
Nesta segunda-feira (23), o Rio Solimões chegou à marca de -2,28 m em Tabatinga (AM), 7,72 m em Fonte Boa (AM) e 1,4 m em Itapéua (AM). “Essa situação pode impactar outros trechos da calha. O Rio Solimões, em Manacapuru (AM), e o Rio Negro, em Manaus (AM), têm grandes chances de registrar mínimas históricas neste ano”.
A cota do Madeira reduziu para 25 cm em Porto Velho (RO), e o Tapajós alcançou 1,17 m em Itaituba (PA). No sábado (21), o Rio Acre registrou a mínima histórica de 1,23 m na capital, Rio Branco (AC). Na quinta-feira (19), o Rio Araguaia chegou a 2,97 m em São Félix do Araguaia (MT).
O cenário também é grave no Pantanal. Em Barra do Bugres (MT), o Rio Paraguai chegou a 24 cm, nível mais baixo desde 1966. Em Ladário (MS) – estação de referência, com 124 anos de dados históricos – a cota atual é de -41 cm, apenas 20 cm acima da mínima histórica, que é de -61 cm, registrada em 1964.
Parceria
O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.
As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.
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