Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Meio Ambiente

Governo federal e estados fazem planejamento integrado para prevenir e combater incêndios florestais no Pantanal

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, recebeu a ministra Marina Silva e o governador do MT, Mauro Mendes.

Foto: Herminio Lacerda/Ascom-Ibama

A ministra do Meio Ambiente e de Mudança do Clima, Marina Silva, abriu ontem, na sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), oficina de trabalho de dois dias para elaborar um planejamento integrado entre o governo federal e instituições estaduais, visando a prevenção e combate aos incêndios florestais no Pantanal.

A ministra afirmou que o preço para remediar um problema é sempre maior do que o de prevenir. Na ocasião, citou conversa que teve com o presidente Lula para propor “um pacto político”, que marcasse o compromisso de proteção do Pantanal, com ações envolvendo os governos federal, estaduais e municipais, além de todas as forças que trabalham com emergências climáticas na região.

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, enfatizou a posição da ministra. “Diante dos riscos ao meio ambiente por conta da ameaça de grandes incêndios, o que se deve fazer agora é estreitar as estratégias de cada ente envolvido.”, disse. "O trabalho, quando feito de forma articulada sempre obtém resultados mais efetivos.", completou.

Riscos

De acordo com previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o bioma enfrenta risco iminente de incêndios florestais de grandes proporções para 2024, em consequência das mudanças climáticas, fenômenos como El Niño e La Niña, e, principalmente, pela ação humana.

Na projeção das duas instituições, a situação é ainda mais crítica do que a ocorrida em 2020, quando foram destruídos cerca de 4 milhões de hectares, o equivalente a 26% da área do Pantanal, uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta.

A gravidade do cenário naquela região foi exposta na reunião durante as apresentações do chefe da Divisão de Projeto Estratégico do INPE, Fabiano Moerelli, e da professora Renata Libonati, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O encontro foi uma forma de conhecer o que todos os envolvidos estão preparando para executar e buscar, a integração das estratégias de cada um. O objetivo foi evitar a dispersão de atuações isoladas e construir sinergia das ações como forma de prevenir, controlar e combater, com maior eficiência e efetividade, os incêndios florestais no Pantanal, explicou o diretor de Proteção Ambiental (Dipro) do Ibama, Jair Schmitt.

Participaram ainda o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, e representantes de Secretarias do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Ibama.

Os representantes de cada governo e órgãos de combate a incêndios fizeram apresentações dos seus respectivos planejamentos operacionais. Os participantes da reunião, encerrada nesta quarta-feira (29/05), também definiram as áreas de atuação de cada um, bem como protocolos de acionamento das operações de combate.

Pantanal

O Pantanal tem uma área de aproximadamente 138 mil km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% em Mato Grosso. Pelas suas características e importância, o bioma foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Reserva da Biosfera (conjunto de todos os ecossistemas do planeta), por ser uma das mais diversificadas reservas naturais da Terra.

A maior queimada já registrada no Pantanal ocorreu em 2020, considerado o pior ano para o bioma, que teve pouco mais de 22 mil focos de incêndio, número maior que a soma dos três anos anteriores e superior ao que já foi contabilizado desde o início do monitoramento do INPE, em 1998.

Apenas em 5% da origem de incêndios na região as causas são naturais. Segundo a professora Renata Libonati, a maior parte dos focos (95%) se inicia por ação humana, como práticas agrícolas negligentes, queimadas não controladas e atividades relacionadas à pecuária.

Ela esclareceu que os focos de incêndio são mais perigosos e indicam que as chamas se propagaram, diferentemente dos focos de calor, que são pequenas fontes de fogo.

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