Pantanal em Alerta: com uso de dados e parcerias, MPMS reforça combate a incêndios
Levantamento técnico aponta que 75% das queimadas tiveram início em áreas privadas.
De acordo com dados do Centro de Apoio do Meio Ambiente (Caoma), com base nas análises do Núcleo de Geotecnologias (Nugeo), o Pantanal sul-mato-grossense registrou 234 incêndios em 2024, impactando 830 propriedades e resultando na queima de aproximadamente 1,74 milhão de hectares. Esses números refletem a gravidade da situação e a urgência de medidas eficazes.
Para o Promotor de Justiça e Coordenador do Núcleo Ambiental Luciano Furtado Loubet, os números evidenciam a necessidade de ação conjunta. “75% de tudo que queimou no Pantanal do Mato Grosso do Sul iniciou em propriedade privada, então isso demonstra que a gente precisa trabalhar em parceria com os proprietários para evitar esses incêndios”, afirmou. Segundo ele, é fundamental construir parcerias com o setor produtivo para conter o avanço do fogo, até porque a maioria das propriedades é vítima dos incêndios que começam em outros imóveis.
A atuação integrada com órgãos como a Secretarias de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Defesa Civil, Polícia Militar Ambiental (PMA) e Instituto de Perícias Criminais tem sido essencial para respostas ágeis e coordenadas. Além disso, o programa estimula a criação de planos de prevenção adaptados à realidade de cada propriedade, promovendo a corresponsabilidade na conservação ambiental.
Programa Pantanal em Alerta
O Sistema Pantanal em Alerta é uma ferramenta importante no combate aos incêndios florestais na região pantaneira, utilizando dados atualizados em tempo quase real de focos de calor fornecidos pelo FIRMS (Fire Information for Resource Management System) da Nasa. A cada novo foco de calor identificado, alertas são automaticamente enviados por e-mail e SMS tanto aos proprietários rurais quanto aos brigadistas cadastrados, possibilitando uma resposta rápida e coordenada, minimizando os danos ao bioma Pantanal.
O MPMS reforça que o trabalho preventivo com os proprietários rurais deve se intensificar já no primeiro semestre de 2025. A instituição também lembra que qualquer cidadão pode colaborar denunciando irregularidades ambientais por meio da Ouvidoria, disponível no site do MPMS ou junto a órgãos parceiros. Todas as denúncias são avaliadas e podem gerar ações legais e investigações.
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