Pesquisa do IHP com parceiros mostra o impacto do incêndio na biodiversidade
O estudo identificou como o mega incêndio de 2020 na Serra do Amolar causou efeitos em oito espécies de mamíferos.
Os incêndios causam impactos negativos de grande proporção e afetam, em diferentes escalas, a biodiversidade no Pantanal. Os pesquisadores do IHP Diego Viana e Grasiela Porfirio integraram um grupo de pesquisa e contribuíram para identificar como o mega incêndio de 2020 na Serra do Amolar causou efeitos em oito espécies de mamíferos.
Durante e depois do fogo, entre as identificações constatadas está a perda de habitat, um desequilíbrio que pode contribuir para conflitos na coexistência entre comunidades e a vida selvagem.
O estudo foi publicado na Global Change Biology e serve de dado científico para mensuração dos danos que o incêndio causa e pode ser utilizado para embasar decisões em nível global.
O trabalho envolveu pesquisadores do IHP, do PANTHERA, da WWF, University of Oxford, Wildlife Conservation Society e Colorado State University. Ainda contou com o apoio da ISA CTEEP e ISA Conexiones, por meio do programa Conexão Jaguar – desenvolvido na Serra do Amolar (Pantanal).
O fogo de 2020 no Pantanal passou e a etapa atual no cenário da biodiversidade do bioma é de recolonização. Porém, novas ocorrências ameaçam esse repovoamento bem-sucedido. Conservação e prevenção são as principais ferramentas para produzir natureza. O IHP vem trabalhando na prevenção por meio de seus programas Rede Amolar, Brigada Alto Pantanal e Felinos Pantaneiros.
Acesse a pesquisa em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/gcb.17278
Resumo das identificações
Onça-pintada – A variação percentual no uso de habitat para onças entre o Ano 1 e o Ano 3 é aproximadamente 91,60%. Isso indica um aumento significativo no uso de habitat por jaguares nesse período. A variação percentual na densidade de onças entre o Ano 1 e o Ano 3 foi de aproximadamente -7,14%. Este resultado sugere uma ligeira diminuição na densidade de jaguares ao longo do período estudado, embora a variação não seja considerada significativa no contexto do estudo.
Puma – A variação percentual no uso de habitat por pumas entre o Ano 1 (pré-incêndio) e o Ano 3 foi de aproximadamente -9,36%. Isso indica uma redução modesta no uso de habitat por pumas ao longo desse período.
Jaguatirica – A variação percentual na ocupação de habitat por jaguatiricas entre o Ano 1 e o Ano 3 foi de aproximadamente -10,80%. Isso indica uma diminuição significativa na ocupação de habitat por esses animais durante o período estudado. A variação percentual na densidade de ocelotes entre o Ano 1 e o Ano 3 foi de aproximadamente 16,67%, indicando um aumento leve na densidade dessa espécie. Por outro lado o (home range) para ocelotes diminuiu cerca de 40% entre o ano antes dos incêndios e o Ano 3. Isso sugere uma redução significativa no espaço utilizado pela espécie, possivelmente devido às alterações no ambiente pós-incêndio.
Anta – A variação percentual no uso de habitat por antas das terras baixas entre o Ano 1 e o Ano 3 foi de aproximadamente -9,84%. Isso indica uma redução no uso de habitat por esses animais ao longo do período estudado.
Veado Mateiro – A ocupação diminuiu aproximadamente 15,09%.
Queixada – O uso de habitat declinou cerca de 23,35%.
Tatu-canastra – A ocupação teve uma queda abrupta de aproximadamente 82,37%
Cutia – A variação percentual na ocupação do habitat por cutias entre o Ano 1 e o Ano 3 foi de aproximadamente -37,47%. Isso indica uma diminuição significativa na ocupação do habitat por essa espécie durante o período estudado após os incêndios
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