Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Política

Complexo Siderúrgico Mutún é inaugurado em Porto Suarez e Presidente Arce promete dobrar produção na segunda fase

O complexo gerará 700 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos com receitas aproximadas de US$ 172 milhões anuais e lucros líquidos anuais de US$ 73 milhões.

Fotos: divulgação/@LuchoXBolivia

O Presidente da Bolivia, Luis Arce Catacora, inaugurou nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, o Complexo Siderúrgico Mutún, localizado no município de Puerto Suárez, no departamento de Santa Cruz, na fronteira com o Brasil, em Corumbá, e também anunciou a ampliação deste projeto numa segunda fase. A inauguração contou com a presença do Prefeito de Corumbá, Dr. Gabriel Alves.

“Vamos realizar a segunda fase deste projeto, que é ampliar e duplicar a produção em Mutún”, disse Arce durante a cerimônia de inauguração.

Segundo dados oficiais, o Complexo Siderúrgico Mutún é composto por sete plantas: Concentração, Pelotização, Redução Direta de Ferro (DRI), Siderurgia, Laminação, Usina e Auxiliares.

Toda essa infraestrutura foi construída com US$ 546 milhões, tratará 800 mil toneladas de carga bruta de ferro por ano e produzirá 200 mil toneladas de vergalhões e fio-máquina por ano. Isso significa a substituição das importações de aço em quase 50% na Bolívia, ou seja, cerca de US$ 200 milhões por ano, informou a mídia estatal.

O financiamento da obra foi realizado com créditos do Governo da China, recursos do Banco Central da Bolívia (BCB) e do Tesouro Geral da Nação (TGN).

Após a conclusão do evento principal, Arce percorreu as instalações do complexo com uma delegação de autoridades. O passeio começou na Planta de Concentração, onde o minério é moído até ficar fino e processado final em barras corrugadas para construção e fio-máquina.

“Essa é a planta onde ficam os fornos, a Siderurgia. Aqui ele derrete em líquido (ferro esponja). Temos três fornos, o forno de indução que é para fundir o ferro esponja que virá direto daqui da DRI (Planta de Redução Direta de Ferro)”, explicou o presidente da Companhia Siderúrgica Mutún (ESM), Jorge Alvarado.

Na DRI está o reator que foi construído no México com tecnologia mexicana, norte-americana e italiana. Dentro do processo produtivo do aço, é no DRI que será gerado o ferro esponja, matéria-prima fundamental para a produção do aço.

“O ferro esponja que produziremos terá teor de 93 e 94 por cento. Nosso mineral original que vamos alimentar tem um teor entre 62 e 65 por cento (mas) aqui vamos extrair com um teor de 93 e 94 por cento”, garantiu.

Mas, além disso, serão recuperados fósforo e silício, que serão industrializados pela ESM como fertilizante.

Em seguida, o ferro esponja seguirá para a Siderúrgica, onde estão localizados os fornos de indução, elétrico e de refino, para depois seguir para a Laminação e obter o produto acabado.

Neste ponto do passeio, o Presidente Arce recebeu em mãos as primeiras barras corrugadas para construção e fio-máquina que servirão de matéria-prima para outras pequenas indústrias produtoras de pregos, parafusos, flanges, cavilhas, porcas e outros que têm grande procura no mercado nacional.

O complexo funcionará em três turnos e gerará 700 empregos diretos e mais de 2 mil indiretos.

A expectativa é que a produção gere receitas aproximadas de US$ 172 milhões anuais e lucros líquidos anuais de US$ 73 milhões.

A jazida de Mutún possui recursos avaliados em aproximadamente 40 bilhões de toneladas de ferro e 10 bilhões de toneladas de manganês e outros minerais.

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