‘Envolvido até os dentes’, diz Lula sobre participação de Bolsonaro na tentativa de golpe
Em viagem à Índia para a reunião de Cúpula do G20, presidente comentou acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que deve ter a sua situação ainda mais complicada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje (11) na Índia que seu antecessor “estava envolvido até os dentes”. Lula, que viajou ao país para participar da reunião de cúpula do G20, comentou o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Acho que ele está altamente comprometido. A cada dia, vão aparecendo as coisas e, a cada dia, vamos ter certeza de que havia a perspectiva de golpe e que o ex-presidente estava envolvido nela até os dentes. É isso que vai ficar claro”, disse.
Na entrevista coletiva em Nova Déli, Lula evitou comentar detalhes do acordo de delação homologado neste sábado (9) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Disse que não pode dar palpite no que não conhece: “Não sei o que está lá. Só sabe o delegado que ouviu e o coronel que prestou depoimento. O resto é especulação”.
Bolsonaro estava preocupado em vender as joias, diz Lula
No entanto, disse que Bolsonaro estava preocupado em “vender as joias” e é o responsável “por parte das coisas ruins que aconteceram” no Brasil. “O tempo vai se encarregar. A única chance que ele [Bolsonaro] tinha de não participar disso era quando ele estava preocupado em vender as joias. Fora isso, ele é o responsável por parte das coisas ruins que aconteceram no nosso país.”
“É isso que vai ficar claro, o tempo vai se encarregar. A única chance que ele tinha de não participar disso é quando ele estava preocupado em vender as joias”, disse.
Ex-ajudante de Bolsonaro teve licença de atirador caçada
O acordo de delação premiada concedeu liberdade provisória a Mauro Cid, mas determinou o cumprimento de uma série de medidas cautelares. Entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica, permanência em casa em finais de semana e também à noite, além do afastamento das funções do Exército.
O ministro Alexandre de Moraes também suspendeu o passaporte de Cid, o porte de arma de fogo e o registros de Colecionador, Atirador Esportivo e de Caça (CAC). E ainda proibiu Cid de fazer uso de redes sociais e falar com outros investigados, mesmo por meio de seus advogados. No entanto, estão liberadas conversas com a mulher, filha e o pai dele, também envolvido no caso.
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