Pacheco: Brasil não vai ceder a golpistas; criminosos pagarão por danos
O presidente do Senado disse que os responsáveis pelas depredações serão identificados e investigados, assim como seus financiadores

Ao abrir a sessão extraordinária do Senado nesta terça-feira (10), o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, declarou que o “Brasil não vai ceder diante de golpismos” e que os ataques aos prédios do três Poderes da República, no último domingo (8), foram e devem ser tratados como crimes. Ele também ressaltou que as instituições estão “mais do que nunca” fortalecidas e unidas em defesa da democracia em resposta "a essa minoria antidemocrática". E garantiu que os responsáveis pelas depredações serão identificados, investigados e responsabilizados, assim como seus financiadores, organizadores e os agentes públicos dolosamente omissos.
— Não é justo que o povo brasileiro pague por essa conta. Todo aquele que gera o dano fica obrigado a repará-lo. E aquelas pessoas que aqui estiveram para praticar os crimes no Senado Federal já estão sendo identificadas, serão individualizadas, terão todas as informações colhidas e recolhidas num procedimento próprio da Polícia Legislativa do Senado, sem prejuízo das providências da Polícia Federal e de outras providências. Mas a Polícia Legislativa do Senado está incumbida de identificar um a um os que praticaram esses crimes no ambiente do Senado Federal. E, ao identificá-los, a Advocacia do Senado também está incumbida de fazer as representações criminais por todos os tipos penais praticados nesse dia 8 de janeiro nos ambientes do Senado. Desde a invasão, passando pelo patrimônio público, passando pelo crime mais grave que se viu: o atentado ao Estado de Direito incluído no Código Penal — afirmou Pacheco.
O presidente do Senado, que estava na Europa no dia da invasão, chegou a Brasília na segunda-feira (9), quando visitou os locais invadidos e depredados. Ele foi acompanhado durante a visita pela diretora geral do Senado, Ilana Trombka, e pelo diretor da Polícia Legislativa do Senado, Alessandro Morales Martins. De acordo com um levantamento inicial da diretoria geral do Senado com a equipe de conservação, o prejuízo causado pela depredação do prédio, de objetos e obras de arte é de cerca de R$ 4 milhões.
Pacheco esclareceu que as representações criminais serão feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aos órgãos de primeira instância. Também disse que o Senado irá ajuizar ações de reparação de danos individualmente em relação a essas pessoas, com medidas cautelares de sequestro e bloqueio de ativos.
— Eles deverão pagar essa conta. E nós tomaremos todas as providências para que isso aconteça em relação à invasão praticada no Senado Federal, à invasão praticada na Câmara, à invasão praticada no Congresso Nacional.
União e diálogo
Pacheco se solidarizou com os membros dos demais Poderes, cujos prédios também sofreram ataques no último domingo. Na avaliação dele, a melhor resposta aos atos promovidos por uma “minoria democrática que não representa o povo brasileiro” é a união ainda mais forte entre os três Poderes da República. Ele destacou a reunião promovida na segunda-feira (9) com a presença dos chefes dos Poderes e os representantes dos estados brasileiros, que foi, segundo Pacheco, uma grande demonstração de união para a preservação da democracia e das instituições.
— Mais do que nunca, o Poder Legislativo está unido ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo numa união indissolúvel que constitui a República Federativa do Brasil, para poder fazer prevalecer a democracia para sempre. Portanto, essa União é o resultado que se tem do dia 8 de janeiro, que é uma responsabilidade que se impõe a cada senador e a cada senadora: que tenhamos a atenção, a dedicação e as ações redobradas de preservação da nossa democracia.
Diante dos avanços do que ele chamou de minoria antidemocrática, Pacheco observou que não se deve confundir o espírito de pacificação e cooperação com inércia e leniência. Ele reforçou que o “Brasil não vai ceder diante de golpismos” e que “a democracia prevalecerá”.
— Nós pregamos a cooperação, pregamos a pacificação. E tudo que mais queremos é a paz do Brasil, o funcionamento pleno e o respeito recíproco das instituições e dos cidadãos brasileiros. Mas não confundam esse espírito de pacificação com a leniência ou com a inércia em relação a providências, porque, definitivamente, elas precisam ser tomadas pois essa data pode ser superada, mas não pode ser esquecida.
O presidente do Senado também ressaltou a importância do trabalho das polícias legislativas das duas Casas do Congresso Nacional, que, “apesar do efetivo reduzido, se esforçaram ao máximo para conter os danos, preservar o patrimônio público e a integridade física de quem estava presente, além de efetuarem prisões e apreensões”.
Veja Também
Ministro mostra destruição incalculável em gabinetes do Palácio do Planalto. Veja vídeo
CNI defende punição exemplar para os atos antidemocráticos
Alexandre de Moraes afasta Ibaneis do governo do DF por 90 dias
Em nota, presidentes dos Três Poderes chamam atos de "golpistas"
Eduardo Riedel reitera seu apoio a democracia e as instituições durante Fórum de governadores
IFMS emite nota de repúdio a atos antidemocráticos
Lugar de fascistas e de terroristas é na cadeia
VÍDEO: Fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert tem câmeras e drone roubados por terroristas
Ministério Público pede bloqueio de bens de Bolsonaro, Torres e Ibaneis
Com apoio de Lula, Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado