Região pantaneira não ficará desamparada, promete novo presidente da Assembleia, diz Gerson Claro
Presidente da Alems, do Progressistas, minimizou ausência de deputados de Corumbá e Ladário na legislatura atual

Dos 24 deputados estaduais da nova legislatura, 23 votaram em Gerson Claro, do Progressistas, para presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. A quase unanimidade - impedida pela candidatura avulsa de Rafael Tavares (PRTB) - lembrou a reeleição para a presidência da Câmara dos Deputados do também progressista Arthur Lira, que conquistou 464 votos dos 509 registrados.
Parlamentar em segundo mandato, Claro atribui o resultado da eleição da Mesa Diretora ao diálogo, afinado durante meses. O historiador e advogado afirma que é essa harmonia entre os deputados que deve compensar a ausência de representantes da região pantaneira no plenário da Casa.
Em entrevista ao Correio de Corumbá, o presidente da Assembleia ainda elencou as principais frentes de sua gestão, falou sobre a criação do colégio de líderes e assegurou que vai manter a sintonia com o governo do Estado nas pautas prioritárias.
Correio de Corumbá: O senhor foi eleito presidente da Assembleia Legislativa quase que de forma unânime. A que atribui esse resultado?
Gerson Claro: Foi o desdobramento de um processo de construção de meses, em que houve muito diálogo e entendimento, tudo conduzido de forma responsável, transparente e democrática. O desfecho foi positivo porque resultou numa composição da Mesa Diretora plural e democrática, que contemplou as diferentes forças políticas e partidárias representadas na Casa. Os nomes escolhidos retratam exatamente esse espírito que queremos imprimir na Assembleia: uma gestão compartilhada, plural e colaborativa. Dentro desse espírito é que criamos o colégio de líderes partidários e blocos parlamentares, com atribuição de nos ajudar a definir diretrizes da administração da Assembleia, definição das pautas de votações.
CC: Esta união em torno de seu nome indica um Legislativo coeso e fortalecido. Inevitável a comparação com a eleição para presidência da Câmara Federal, quase unânime em favor de Arthur Lira (PP-AL). Como isso mexe na correlação de forças com o Poder Executivo?
GC: Sabemos que as divergências ideológicas e a confrontação de ideias são próprias da democracia. Desde que conduzidas de forma civilizada e respeitosa, ajudam na pacificação da sociedade. A composição da Mesa Diretora contempla a diversidade de ideias com o equilíbrio entre as diferentes frentes de pensamento. O apoio que recebemos dos colegas deputados para a consolidação desse projeto de eleição da Mesa Diretora retrata o clima de harmonia que vivemos aqui no Legislativo. Vamos trabalhar na perspectiva de harmonia e colaboração, respeitada a autonomia e as prerrogativas de cada instituição entre os poderes. Saem fortalecidas as instituições e ganha a sociedade, destinatária do trabalho de todas elas.
CC: Quais serão os temas e projetos prioritários de sua gestão à frente da Casa?
GC: Durante o primeiro mandato, trabalhamos nas frentes mais importantes, como saúde, educação, assistência social e segurança pública, mas nosso foco foi bem importante também no que se refere à infraestrutura e logística, que resultam em emprego, renda e desenvolvimento para as pessoas. A pavimentação de estradas, a expansão do gás natural, a Rota Bioceânica, o apoio ao agronegócio e à agricultura familiar, além dos investimentos para atração de novas empresas e indústrias sempre estarão em primeiro lugar em nosso trabalho. Isso tudo em parceria com o Governo do Estado, que pavimentou esse processo com o ex-governador Reinaldo Azambuja e que está dando prosseguimento com excelência na gestão do governador Eduardo Riedel.
CC: Corumbá e Ladário não elegeram deputados no pleito de 2022. Qual o tamanho da falta que representantes dessa região vão fazer nesta legislatura?
GC: É uma região muito importante e estratégica para o Mato Grosso do Sul, e que nunca ficará desamparada. Estou certo de que, mesmo sem um representante direto, essa região será contemplada com projetos estratégicos nos setores prioritários para a população. Os 24 deputados eleitos para representar os 79 municípios do Estado na Assembleia Legislativa, em parceria com o Governo do Estado, vão trabalhar e muito por Corumbá e Ladário.
CC: De que forma esta composição da Casa pode atuar para minimizar o prejuízo à região pantaneira?
GC: Estou certo de que essa é uma preocupação constante do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa. Infelizmente, enfrentamos situações de queimadas e muitas perdas, e todo o possível foi realizado para amenizar os prejuízos. Agora nosso objetivo é intensificar ações de educação ambiental e de conservação da biodiversidade dos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, trabalhar pela melhoria da infraestrutura viária na região, atuando sempre no fomento ao turismo, cultura e desenvolvimento, mas sempre com foco intransigente na sustentabilidade.
CC: Como fica o alinhamento de seu partido, o Progressistas, ao partido do atual governo estadual, o PSDB, com as eleições municipais à vista?
GC: O PP e o PSDB são parceiros de primeira hora, caminharam juntos nas eleições de 2022, e possuem muitos projetos em comum para transformar a realidade das comunidades em todas as regiões do Estado. No entanto, entendo que ainda é muito cedo para discutir o processo eleitoral municipal. Nosso foco agora é realmente trabalhar forte pelo Mato Grosso do Sul.
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