Vereadora mais votada prega “pé no chão” em primeiro mandato
Estreante na política, Hanna Santana conquistou 1.857 eleitores corumbaenses.

Mulher, jovem, novata em eleições. Rótulos que colam fácil em Hanna Santana, mas que não reduzem a expressividade dos 1.857 votos conquistados por ela no pleito de 6 de outubro, em Corumbá. O número, além de eleger a advogada pelo MDB, fez dela a candidata mais bem votada para a Câmara de Vereadores.
Apesar de ter disputado sua primeira eleição, Hanna tem a política no sangue. O pai, Irailton Oliveira Santana, o Baianinho, já foi vereador por Corumbá. Segundo ela, a amizade dele com o prefeito eleito Dr. Gabriel (MDB) serviu como mais um incentivo para lançar a candidatura este ano.
Aos 25 anos, Hanna Santana terá a inexperiência como barreira a ser superada, mas garante que se preparou para o desafio. Nascida e criada em Corumbá, a advogada estudou em escola pública até o Ensino Fundamental. É pós-graduada e exerce o Direito há três anos.
Em entrevista ao Correio de Corumbá, Hanna Santana falou da campanha que resultou na votação recorde e projetou seu primeiro mandato. Confira.
Correio de Corumbá: Como você resolveu disputar a eleição? Como surgiu a ideia?
Hanna Santana: Eu recebi um convite do Dr. Gabriel. No início ficava um “vamos ser candidata”, “vai dar certo”. E depois a história foi tomando um rumo grande. As pessoas começaram a falar, a comentar sobre essa possibilidade. Minha família abraçou a ideia. Meu pai é muito amigo do Dr. Gabriel. E assim decidimos lançar a candidatura.
CC: Sua campanha foi bastante calcada na renovação…
HS: Eu preguei muito isso na campanha. Para problemas velhos, precisamos de ideias novas, expectativas novas, e jovens que também queiram batalhar por Corumbá. Não basta apenas dizer que Corumbá não está boa se ninguém se coloca à disposição, ou se a população chega na urna e vota nas mesmas pessoas.
CC: Como encarou o resultado? Ter sido a candidata mais votada te surpreendeu?
HS: Eu não esperava. Me surpreendeu, sim. Eu sabia o trabalho que a gente tinha feito, que tinha sido muito bom, e que a gente tinha se dedicado muito. A gente tinha uma equipe de voluntários muito boa, amigos. Começamos desde fevereiro a pré campanha, conhecendo os problemas da cidade, conversando com as pessoas sobre a possibilidade da candidatura. Tudo iniciou muito cedo, muita gente abraçou a história, gente que eu nem conhecia. A aceitação das crianças foi muito boa. Elas pediam para o pai e para a mãe votarem em mim. Pais vinham me falar: “a gente não te conhece, mas meu filho pediu para votar em você”. Então, eu tinha certeza de que o resultado seria positivo e, durante a campanha, fiquei pedindo para as pessoas não desanimarem. Mas não imaginava que seria tão expressivo assim.
CC: Corumbá elegeu apenas duas mulheres para a Câmara. Como encara isso?
HS: No dia da apuração eu vi o resultado e já foi aquela euforia, aquela confusão de carreata, caminhada. E teve um momento que eu parei para pensar: será que teve alguma outra mulher eleita? Um tempo depois, me falaram, ainda em carreata, que a Nanáh [Cordeiro, candidata à vereadora pelo Republicanos] tinha sido eleita também. E eu fiquei muito feliz. Eu queria que fossem mais mulheres. Durante a campanha eu pedia, principalmente para as mulheres com quem eu conversava, para darem oportunidade para as mulheres. Eu dizia: “nós não estamos preparadas? Não somos capazes?” Quero que num futuro não muito distante a Câmara tenha uma equidade de cadeiras para mulheres e homens.
CC: Você tem só 25 anos e está começando agora na política. Acredita que isso pode gerar uma desconfiança sobre sua atuação?
HS: Desconfiança vai ter, pelo fato de ser minha primeira vez e por ser mulher. Mas não encaro como um problema. É preciso dar o primeiro passo, e é isso que eu vou fazer. Eu venho me preparando pra ser vereadora, estudei pra isso. Sei que vou precisar da ajuda dos colegas e da minha equipe. Mas agora é ter pé no chão e humildade
CC: Já teve a oportunidade de conversar com outros vereadores eleitos? Como projeta a atuação da Câmara com a composição eleita?
HS: Sim. Alguns já mandaram mensagem, parabenizando. Acredito que, tanto o Dr. Gabriel como a Bia Cavassa [vice-prefeita eleita] vão trabalhar para que a Câmara atue em harmonia com o Executivo. Eu vou manter minha essência. O vereador tem que ser representante do povo, não do prefeito.
CC: O fato de ter sido a vereadora mais votada te credita a buscar a presidência da Câmara? É uma ambição sua?
HS: Não é uma ambição minha. Mas eu vou encarar todos os desafios que vierem de forma coerente e com humildade, afinal, como eu venho dizendo desde a campanha: eu não preciso da política para viver. Eu tenho minha profissão, meu escritório.
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