Corumbá, Sábado, 19 de Abril de 2025
Política

Vereadora mais votada prega “pé no chão” em primeiro mandato

Estreante na política, Hanna Santana conquistou 1.857 eleitores corumbaenses.

Fotos: Divulgação

Mulher, jovem, novata em eleições. Rótulos que colam fácil em Hanna Santana, mas que não reduzem a expressividade dos 1.857 votos conquistados por ela no pleito de 6 de outubro, em Corumbá. O número, além de eleger a advogada pelo MDB, fez dela a candidata mais bem votada para a Câmara de Vereadores.

Apesar de ter disputado sua primeira eleição, Hanna tem a política no sangue. O pai, Irailton Oliveira Santana, o Baianinho, já foi vereador por Corumbá. Segundo ela, a amizade dele com o prefeito eleito Dr. Gabriel (MDB) serviu como mais um incentivo para lançar a candidatura este ano.

Aos 25 anos, Hanna Santana terá a inexperiência como barreira a ser superada, mas garante que se preparou para o desafio. Nascida e criada em Corumbá, a advogada estudou em escola pública até o Ensino Fundamental. É pós-graduada e exerce o Direito há três anos.

Em entrevista ao Correio de Corumbá, Hanna Santana falou da campanha que resultou na votação recorde e projetou seu primeiro mandato. Confira.

Correio de Corumbá: Como você resolveu disputar a eleição? Como surgiu a ideia?
Hanna Santana: Eu recebi um convite do Dr. Gabriel. No início ficava um “vamos ser candidata”, “vai dar certo”. E depois a história foi tomando um rumo grande. As pessoas começaram a falar, a comentar sobre essa possibilidade. Minha família abraçou a ideia. Meu pai é muito amigo do Dr. Gabriel. E assim decidimos lançar a candidatura.

CC: Sua campanha foi bastante calcada na renovação…
HS: Eu preguei muito isso na campanha. Para problemas velhos, precisamos de ideias novas, expectativas novas, e jovens que também queiram batalhar por Corumbá. Não basta apenas dizer que Corumbá não está boa se ninguém se coloca à disposição, ou se a população chega na urna e vota nas mesmas pessoas.

CC: Como encarou o resultado? Ter sido a candidata mais votada te surpreendeu?
HS: Eu não esperava. Me surpreendeu, sim. Eu sabia o trabalho que a gente tinha feito, que tinha sido muito bom, e que a gente tinha se dedicado muito. A gente tinha uma equipe de voluntários muito boa, amigos. Começamos desde fevereiro a pré campanha, conhecendo os problemas da cidade, conversando com as pessoas sobre a possibilidade da candidatura. Tudo iniciou muito cedo, muita gente abraçou a história, gente que eu nem conhecia. A aceitação das crianças foi muito boa. Elas pediam para o pai e para a mãe votarem em mim. Pais vinham me falar: “a gente não te conhece, mas meu filho pediu para votar em você”. Então, eu tinha certeza de que o resultado seria positivo e, durante a campanha, fiquei pedindo para as pessoas não desanimarem. Mas não imaginava que seria tão expressivo assim.

CC: Corumbá elegeu apenas duas mulheres para a Câmara. Como encara isso?
HS: No dia da apuração eu vi o resultado e já foi aquela euforia, aquela confusão de carreata, caminhada. E teve um momento que eu parei para pensar: será que teve alguma outra mulher eleita? Um tempo depois, me falaram, ainda em carreata, que a Nanáh [Cordeiro, candidata à vereadora pelo Republicanos] tinha sido eleita também. E eu fiquei muito feliz. Eu queria que fossem mais mulheres. Durante a campanha eu pedia, principalmente para as mulheres com quem eu conversava, para darem oportunidade para as mulheres. Eu dizia: “nós não estamos preparadas? Não somos capazes?” Quero que num futuro não muito distante a Câmara tenha uma equidade de cadeiras para mulheres e homens.

CC: Você tem só 25 anos e está começando agora na política. Acredita que isso pode gerar uma desconfiança sobre sua atuação?
HS: Desconfiança vai ter, pelo fato de ser minha primeira vez e por ser mulher. Mas não encaro como um problema. É preciso dar o primeiro passo, e é isso que eu vou fazer. Eu venho me preparando pra ser vereadora, estudei pra isso. Sei que vou precisar da ajuda dos colegas e da minha equipe. Mas agora é ter pé no chão e humildade

CC: Já teve a oportunidade de conversar com outros vereadores eleitos? Como projeta a atuação da Câmara com a composição eleita?
HS: Sim. Alguns já mandaram mensagem, parabenizando. Acredito que, tanto o Dr. Gabriel como a Bia Cavassa [vice-prefeita eleita] vão trabalhar para que a Câmara atue em harmonia com o Executivo. Eu vou manter minha essência. O vereador tem que ser representante do povo, não do prefeito.

CC: O fato de ter sido a vereadora mais votada te credita a buscar a presidência da Câmara? É uma ambição sua?
HS: Não é uma ambição minha. Mas eu vou encarar todos os desafios que vierem de forma coerente e com humildade, afinal, como eu venho dizendo desde a campanha: eu não preciso da política para viver. Eu tenho minha profissão, meu escritório.

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