Regionalização volta a ser apontada como saída para Santa Casa
Município reforçou apelo para que governo do Estado assuma hospital.

A regionalização da Santa Casa de Corumbá voltou à pauta das autoridades municipais e estaduais. A saída é apontada como solução para resolver a crise financeira e de gestão que atinge o hospital há anos.
O Correio de Corumbá apurou que a regionalização é o plano A da prefeitura. O apelo já foi feito ao governador Eduardo Riedel durante agenda do prefeito Marcelo Iunes em Campo Grande.
O pedido para que o governo estadual assuma a gestão da Santa Casa também chegou ao secretário estadual de Saúde Maurício Simões, que visitou Corumbá em maio deste ano. À época, Simões reconheceu as dificuldades financeiras do hospital.
"E eu estou aqui a pedido do governador para avaliar a real situação da Santa Casa, quais são as melhores opções para que o Estado possa, junto à prefeitura de Corumbá, encontrar a melhor solução hospitalar para o município de Corumbá. Seja revitalizando a Santa Casa ou até mesmo a possibilidade de haver um hospital regional na região”, disse o secretário.
A Santa Casa está sob intervenção municipal desde 2009. O hospital é referência para toda a região pantaneira e também atende pacientes vindos da Bolívia. Por outro lado, a realidade financeira é crítica.
As despesas da Santa Casa giram em torno dos R$ 4,5 milhões por mês. Mas as receitas, em média, não chegam a R$ 3,5 milhões por mês. Conforme demonstrativos financeiros do hospital, de janeiro a abril, a União foi a principal fonte de recursos: R$ 1,4 milhão por mês, em média. Município e Estado contribuem com aproximadamente R$ 1 milhão por mês, cada. Já a prefeitura de Ladário repassa, todo mês, R$ 20 mil.
O déficit mensal acaba coberto, parcialmente, com emendas parlamentares e recursos próprios da prefeitura. Este ano, o município vem repassando, mensalmente, um aditivo de R$ 200 mil para balancear o cofre do hospital.
A Secretaria Municipal de Saúde de Corumbá foi procurada para repercutir uma eventual regionalização da Santa Casa. A pasta não respondeu aos questionamentos da reportagem. A Junta Interventora que administra o hospital também não comentou o assunto.
Corumbá é única das maiores cidades sem HR
O fortalecimento da regionalização da Saúde foi uma das bandeiras de campanha e constou do plano de governo de Eduardo Riedel quando o tucano disputou as eleições, no ano passado. O programa falava ainda em, junto com os municípios, aumentar a complexidade dos hospitais de referência microrregionais.
Das cinco cidades mais populosas do Estado, só Corumbá ainda não tem um hospital regional. A última a ganhar uma unidade foi Três Lagoas. O Hospital Regional da Costa Leste completou um ano de inauguração no mês passado.
Em Dourados, o Hospital Regional de Cirurgias é referência para 32 municípios e faz procedimentos de baixa e média complexidade.
Em Ponta Porã, o Hospital Regional Dr. José de Simone Netto faz, em média, 15 mil atendimentos ambulatoriais por mês.
Já o Hospital Regional de Campo Grande é o maior hospital público do Estado, com quase 400 leitos.
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